ATA DA TRIGÉSIMA TERCEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUARTA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 28-4-2008.
Aos vinte e oito dias do mês de abril do ano de dois
mil e oito, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a
Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada,
respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Bernardino Vendruscolo, Carlos
Comassetto, Carlos Todeschini, Dr. Raul, Elias Vidal, Guilherme Barbosa, João
Antonio Dib, Margarete Moraes, Maria Celeste, Nereu D'Avila e Sebastião Melo.
Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os
trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu Brasinha,
Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Beto Moesch, Claudio Sebenelo, Dr. Goulart,
Elói Guimarães, Haroldo de Souza, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Luiz Braz,
Marcelo Danéris, Maria Luiza, Maristela Meneghetti, Maurício Dziedricki, Mauro
Zacher, Neuza Canabarro, Nilo Santos, Professor Garcia, Sofia Cavedon e Valdir
Caetano. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Carlos Todeschini, o Projeto
de Lei Complementar do Legislativo nº 005/08 (Processo nº 2354/08) e o Projeto
de Lei do Legislativo nº 001/08 (Processo nº 1342/08); pelo Vereador João
Carlos Nedel, o Projeto de Lei do Legislativo nº 077/08 (Processo nº 2436/08);
pelo Vereador Newton Braga Rosa, o Projeto de Lei do Legislativo nº 241/07
(Processo nº 7630/07). Na ocasião, foi apregoado o Memorando nº 088/08, firmado
pelo Vereador Sebastião Melo, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre,
por meio do qual Sua Excelência informa a Representação Externa dos Vereadores
Ervino Besson e José Ismael Heinen, hoje, na solenidade de abertura do IV
Encontro Estadual das Frentes Parlamentares de Apoio ao Coooperativismo –
FREENCOOPs – Municipais, às treze horas e trinta minutos, na sede do Sistema
OCERGS/SESCOOP/RS, em Porto Alegre. Ainda, foi apregoado o Memorando nº 007/08,
de autoria da Vereadora Maria Celeste, deferido pelo Senhor Presidente,
informando Representação Externa deste Legislativo, no dia vinte e quatro de
abril do corrente, em audiência com moradores da Vila Santa Rosa, para tratar
da revitalização das Praças Rubens de Medeiros e Vilmar Bertelli, às dezesseis
horas, em Porto Alegre. Também, foi apregoado Requerimento de autoria do
Vereador Nereu D’Avila, solicitando abono da falta de Sua Excelência na Ordem
do Dia da Sessão Ordinária de dezessete de abril do corrente. Do EXPEDIENTE,
constaram os Ofícios nos 315849, 318730 e 319279/08, do Fundo Nacional
de Saúde do Ministério da Saúde. Durante a Sessão, constatada a existência de
quórum deliberativo, foram aprovadas as Atas da Vigésima Primeira, Vigésima Segunda e Vigésima
Terceira Sessões Ordinárias e da Quinta e Sexta Sessões Extraordinárias. A seguir,
constatada a existência de quórum deliberativo, foi aprovado Requerimento
verbal formulado pelo Vereador Carlos Todeschini, solicitando alteração na
ordem dos trabalhos da presente Sessão. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora
Margarete Moraes criticou a gestão da Governadora Yeda Crusius, discorrendo
sobre denúncias investigadas pela Assembléia Legislativa do Estado, de
possíveis irregularidades nos serviços prestados pelo Departamento Estadual de
Trânsito. Ainda, abordou o crescimento dos índices de popularidade do
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e, finalizando, referiu-se à morte da
menina Isabella Nardoni, ocorrida no mês de março deste ano. O Vereador João
Antonio Dib reportou-se ao pronunciamento de hoje da Vereadora Margarete
Moraes, em Comunicação de Líder, relativo a denúncias de possíveis
irregularidades no Departamento Estadual de Trânsito. Também, comentou a
atuação do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, questionando aspectos
atinentes ao trabalho desse político, em especial no que se refere à área
habitacional e à qualidade da assistência de saúde a que tem acesso a população
brasileira. A seguir, foi iniciado o período de COMUNICAÇÕES, destinado
a assinalar o transcurso do qüinquagésimo primeiro aniversário da Rádio Guaíba
e primeiro ano da Rede Record no Rio Grande do Sul, nos termos do Requerimento
nº 027/08 (Processo nº 2529/08), de autoria do Vereador Sebastião Melo.
Compuseram a Mesa: os Vereadores Sebastião Melo e Carlos Todeschini,
respectivamente Presidente e 2º Vice-Presidente da Câmara Municipal de Porto
Alegre; os Senhores João Batista Rodrigues, Eduardo Guedes e Alexandre Serralvo Calderon
e a Senhora Tânia Dias, respectivamente Diretor da TV Record, Diretor
Administrativo da Rede Record no Rio Grande do Sul, Diretor-Geral e Diretora de
Programação da Rádio Guaíba. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Sebastião Melo, como
proponente da presente homenagem, saudou a passagem do aniversário de fundação
da Rádio Guaíba, lembrando a participação constante dessa emissora nos
principais momentos da história recente do Estado e do País. Nesse sentido,
citou programas realizados pela Rádio Guaíba quando do Movimento pela
Legalidade, da campanha “Diretas Já”, da eleição de Tancredo Neves e na
transmissão de jogos do Campeonato Mundial de Futebol. O Vereador Sebastião
Melo, dando continuidade ao seu pronunciamento em Comunicações, parabenizou a
Rede Record pelo transcurso de um ano de sua presença no Rio Grande do Sul. Da
mesma forma, afirmou que a Rede Record somou qualidade técnica e credibilidade
ao trabalho desenvolvido pelos órgãos de comunicação no Estado, asseverando que
a programação dessa empresa tem sido aberta a diferentes linhas políticas, sem
discriminações de natureza partidária ou ideológica. O Vereador Elói Guimarães ressaltou a justeza da homenagem ora
realizada nesta Casa, pelo transcurso do primeiro ano da Rede Record no Rio
Grande do Sul e qüinquagésimo primeiro ano da Rádio Guaíba, justificando ser
este um momento especial pela importância dessas emissoras na história radio televisiva
do Brasil. Sobre o tema, destacou a credibilidade, profissionalismo e isenção
desses veículos de comunicação ao longo de sua existência. O Vereador João
Bosco Vaz reportou-se ao estilo indiscutível da Rádio Guaíba de transmitir
informações, mencionando nomes pertencentes ao quadro funcional dessa emissora,
que tiveram destaque regional e nacional pela competência de seu trabalho.
Ainda, relembrou o início de sua carreira como jornalista, quando apresentava
programa de futebol para a Central do Interior da empresa Caldas Júnior,
desejando sucesso à nova administração da Rede Record no Rio Grande do Sul. O
Vereador Luiz Braz, manifestando seus votos de boa administração à diretoria da
Rede Record no Estado, realçou a significância da Rádio Guaíba para os gaúchos
e afirmou que esse veículo sempre teve como marca principal de sua programação
a informação transmitida com credibilidade, responsabilidade e qualidade.
Também, registrou a voz inconfundível do locutor Milton Jung no noticiário da
Rádio Guaíba e as qualidades profissionais do Vereador Haroldo de Souza, como
locutor dessa emissora. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Haroldo de Souza
analisou a grande abrangência que a Rádio Guaíba possui em todo o Rio Grande do
Sul e historiou fatos marcantes que tornaram essa emissora uma das mais
consagradas do Brasil. Ainda, cumprimentou o Senhor Alexandre Calderon,
Diretor-Geral da Rádio Guaíba, pelo posto assumido e sublinhou a
responsabilidade de manter o brilho e a beleza que caracterizaram ao longo do
tempo esse veículo de comunicação. O Vereador Elias Vidal parabenizou o Vereador
Sebastião Melo pela iniciativa da presente homenagem, ressaltando a justeza do
reconhecimento ora prestado pela Câmara Municipal de Porto Alegre ao
qüinquagésimo primeiro aniversário da Rádio Guaíba. Nesse sentido, destacou o
papel dessa emissora no desenvolvimento do Rio Grande do Sul, registrando a
presença, neste Plenário, de importantes figuras dessa empresa de comunicação.
A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor Alexandre Serralvo
Calderon, que, em nome da Rádio Guaíba e da Rede Record, agradeceu a solenidade
realizada pela Câmara Municipal de Porto Alegre. Em continuidade, o Senhor
Presidente registrou a presença do Vereador Robinson Luis Pereira da Silva, do
Município de Gravataí – RS. Às quinze horas e vinte e um minutos, os trabalhos
foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e vinte e
quatro minutos, constatada a existência de quórum. Em COMUNICAÇÕES, a Vereadora
Sofia Cavedon corroborou a homenagem prestada hoje pela Casa à Rádio Guaíba.
Além disso, noticiou denúncia de falta de vagas nas redes estadual e municipal
de ensino público, encaminhada por integrantes do Conselho Tutelar de Porto
Alegre à Comissão de Educação, Cultura, Esporte e Juventude, cobrando da
Prefeitura de Porto Alegre e do Governo do Estado que essa questão seja
rapidamente resolvida. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Dr. Goulart comentou
visita realizada por Sua Excelência ao Centro Vita, localizado no Bairro Lomba
do Pinheiro, enaltecendo o trabalho lá realizado de combate à drogadição,
assistência a doentes mentais e capacitação profissional. Nesse sentido,
aplaudiu o empenho da Vereadora Maria Luiza, do Senador Sérgio Zambiasi e dos
demais envolvidos nesse projeto para que o Centro Vita possa atender
satisfatoriamente a comunidade da região. Após, nos termos do artigo 94, § 1º,
alínea “g”, do Regimento, o Senhor Presidente concedeu TEMPO ESPECIAL à
Vereadora Sofia Cavedon, que relatou sua participação, em Representação Externa
deste Legislativo, nos dias quatorze a dezoito de abril do corrente, na
Conferência Nacional de Educação Básica, em Brasília – DF. Em prosseguimento,
constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Votação, foi
aprovado o Requerimento nº 029/08. A seguir, foi aprovado Requerimento de
autoria dos Vereadores Bernardino Vendruscolo e José Ismael Heinen, solicitando
que as Emendas nos 01 e 02, apostas ao Substitutivo nº 01 do Projeto
de Lei do Legislativo nº 037/06, fossem dispensadas do envio à apreciação de
Comissões Permanentes. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o
Substitutivo nº 01, aposto ao Projeto de Lei do Legislativo nº 037/06, com
ressalva das Emendas apostas, considerando-se prejudicado o Projeto original, por
dezenove votos SIM, após ser discutido pelos Vereadores Bernardino Vendruscolo,
Adeli Sell, Guilherme Barbosa, Beto Moesch, Margarete Moraes, Professor Garcia,
Carlos Todeschini, João Antonio Dib, Carlos Comassetto e Sofia Cavedon e
encaminhado à votação pelos Vereadores Beto Moesch e Carlos Comassetto, em
votação nominal solicitada pelo Vereador Claudio Sebenelo, tendo votado os
Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch,
Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Dr. Goulart, Dr. Raul, Guilherme Barbosa,
João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Margarete Moraes, Maria
Celeste, Maria Luiza, Neuza Canabarro, Nilo Santos, Professor Garcia e Sofia
Cavedon. Durante a apreciação do Substitutivo nº 01, aposto ao Projeto de Lei
do Legislativo nº 037/06, o Vereador Aldacir Oliboni cedeu seu tempo de
discussão ao Vereador Adeli Sell. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou a
presença, neste Plenário, do Senhor Paulo Borba, Prefeito do Município de São
Borja – RS. Após, foram aprovadas as Emendas nos 01 e 02, apostas ao
Substitutivo nº 01 do Projeto de Lei do Legislativo nº 037/06. Em continuidade,
foi aprovado Requerimento de autoria da Vereadora Margarete Moraes, solicitando
a retirada de tramitação do Projeto de Resolução nº 143/05 (Processo nº
6898/05). Em Discussão Geral e Votação, foi votado o Projeto de Lei do
Legislativo nº 213/07, o qual obteve treze votos SIM e uma ABSTENÇÃO, após ser
discutido pela Vereadora Sofia Cavedon e pelos Vereadores Beto Moesch, Adeli
Sell e João Antonio Dib e encaminhado à votação pelos Vereadores Carlos
Comassetto, João Carlos Nedel e Dr. Raul, em votação nominal solicitada pelo
Vereador Carlos Todeschini, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Beto
Moesch, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Dr. Goulart, Dr. Raul, Haroldo de
Souza, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Margarete Moraes, Maria Luiza, Sofia
Cavedon e Valdir Caetano e optado pela Abstenção o Vereador João Antonio Dib,
votação esta declarada nula pelo Senhor Presidente, em face da inexistência de
quórum deliberativo. Após, o Senhor Presidente declarou encerrada a Ordem do
Dia, em face da inexistência de quórum deliberativo. Em prosseguimento, por
solicitação do Vereador João Carlos Nedel, foi realizada verificação de quórum,
tendo o Senhor Presidente lido os nomes dos Vereadores presentes, em face de
Requerimento verbal formulado pelo Vereador Adeli Sell. Às dezessete horas e
quarenta e quatro minutos, constatada a inexistência de quórum, em verificação
solicitada pelo Vereador João Carlos Nedel, o Senhor Presidente declarou encerrados os
trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima
quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores
Sebastião Melo, Claudio Sebenelo e Carlos Todeschini e secretariados pela
Vereadora Maristela Meneghetti e pelo Vereador Carlos Todeschini, este como
Secretário “ad hoc”. Do que eu, Maristela Meneghetti, 2ª Secretária, determinei
fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada
pelos Senhores 1º Secretário e Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Carlos
Todeschini está com a palavra para um requerimento.
O SR. CARLOS TODESCHINI (Requerimento): Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo, solicito a inversão da ordem dos trabalhos, no
sentido de realizarmos o período de Comunicações depois do Grande Expediente,
tendo em vista a homenagem proposta pela Mesa Diretora pelo transcurso do 51º
aniversário da Rádio Guaíba e do 1º ano da Rede Record no Rio Grande do Sul,
nos termos do Requerimento nº 27/08.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação o
Requerimento do nobre Ver. Carlos Todeschini. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
provam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Aprovado o Requerimento. Após o Grande Expediente,
passaremos ao período de Comunicações para dar curso à homenagem ao 51º
aniversário da Rádio Guaíba e ao 1º ano da Rede Record no Rio Grande do Sul.
A Verª Neuza Canabarro está com a palavra em Grande
Expediente. (Pausa.) Ausente. O Ver. Nilo Santos está com a palavra em Grande
Expediente. (Pausa.) Ausente.
Está cumprido o período de Grande Expediente.
A Verª Margarete Moraes está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
A SRA. MARGARETE MORAES: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras e
Srs. Vereadores, lamentamos que períodos tão importantes desta Casa. Os 15
minutos de Grande Expediente não foram utilizados. A Bancada do Partido dos
Trabalhadores e outros Vereadores estão presentes, dando quórum. Vamos utilizar
o nosso tempo de Liderança.
Não há como não falar na questão do Governo Yeda
Crusius, que, neste ano, comemorou 15 meses de mandato, com muita publicidade,
demonstrando um desejo de mudança. Inclusive, Ver. Adeli Sell, foi publicado no
jornal Zero Hora que ela queria mudar, deixar o cabelo crescer - duas páginas
do jornal Zero Hora foram dedicadas a essas mudanças. Hoje, ela aparece em
fotos com crianças na periferia das cidades.
O que se percebe, de fato, é que se trata de um Governo
marcado pela crise. Essa é a essência do Governo Yeda, essência que permanece
sendo a mesma, apesar da publicidade.
Na semana que passou, houve duas crises da maior
importância, muito graves: o depoimento do Delegado Tubino, na CPI do Detran,
quando ele estabelece fortes e graves ligações... inclusive, sobre compra da
casa da Governadora Yeda, ele oferece suspeitas e faz ligações com o Sr. Lair Ferst, o principal indiciado
pela Policia Federal até então. E, não por acaso, esse senhor, que é o pivô do
segundo escândalo, se encontra com o Secretário Ariosto Culau, precisamente no
dia em que a Governadora anunciou o rompimento com a Fundação de Santa Maria.
Nesse mesmo dia, o Secretário Ariosto
Culau confraterniza com o indiciado Lair Ferst num shopping da Cidade - isso foi filmado,
fotografado por vários meios de comunicação. E, uma vez questionado pela
imprensa, primeiro, o Secretário disse que encontrou o Sr. Lair por acaso. E, numa segunda
entrevista, disse que havia marcado um encontro, que se tratava apenas de um
encontro ingênuo entre amigos. É muito estranho que o Secretário, que tem a
prerrogativa oficial de representar o Governo do Estado, se encontre com um
suspeito da Polícia Federal e da CPI.
Não sei. Lendo alguns jornalistas como o Sr. Paulo
Moura e Diego Casagrande, eles suspeitam que esse senhor quis refletir a
postura do Flávio Vaz Neto,
quando procurou o Secretário Delson Martini para fazer chantagem, para ameaçar
ou dizer que vai contar o que sabe, de fato; que vai contar até o fim.
Também nós temos outras dúvidas que nos indicam que
é o mesmo Governo e que ela vem reclamando muito do Secretário Mallmann. Será
que ele quer aparecer mais do que ela, como foi o caso do Sr. Ênio Bacci?
Então, esse novo jeito de governar é o velho jeito de governar, marcado pelo
desgaste.
Hoje, o Secretário Ariosto Culau pediu demissão,
numa tentativa de evitar o seu depoimento na CPI, o que só aumentaria o
escândalo, porque o próprio Deputado Alexandre Postal, do PMDB, pediu a
demissão do Secretário Ariosto Culau, dizendo: “Ali tem coisa” - expressão do
Deputado Alexandre Postal.
Pior do que essa lama do Detran, pior do que isso,
só aquela cena horrível da simulação da queda da menina Isabella pela janela,
que deixou um silêncio aterrorizador entre os populares, entre os jornalistas,
entre os próprios policiais que faziam a perícia do caso. E quem tem filhos,
quem tem netos? O que nós podemos esperar do futuro dos nossos filhos? Segundo
o pediatra Lauro Monteiro, ninguém mata um filho numa primeira agressão. E,
sobre esse fato, nós temos de fazer uma reflexão também.
Mas, para não ficar apenas com notícias tristes e
notícias de escândalos, que envergonham todos os gaúchos, eu quero dizer que,
enquanto isso, o órgão Instituto de Pesquisas CNT/Census mostra que o
Presidente Lula tem a maior e melhor avaliação, desde 2003. No segundo mandato
do Presidente Lula, nós temos 57,5% de avaliação, e avaliação positiva, evidentemente.
Depois,
eu queria continuar com essas denúncias, a partir de um texto que saiu no blog do Diego Casagrande, que coloca
dúvidas em relação ao depoimento do Delegado Tubino, que, inclusive, diz, mas
não cita quem, que algum Vereador desta Casa o teria procurado, solicitando que
ele amenizasse suas críticas ao Governo Yeda. Nós ainda precisamos desenvolver
isso melhor. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu não
tenho procuração para defender a Governadora Yeda Crusius, mas acho importante
que a gente tenha muito mais cuidado nas afirmações a serem feitas. O Delegado
Tubino fez, realmente, uma insinuação, não apresentou provas de que haveria
qualquer coisa equivocada na compra da casa pela Srª Governadora. Ela e seu esposo não são criaturas sem recursos. Ela
é professora universitária - ele também - e foi Deputada por muitos anos. Eu
tenho a impressão de que deve haver razões para ter comprado a casa, vender o
apartamento. De maneira que insinuações não deveriam acontecer.
Agora,
quanto ao encontro do Sr. Lair Ferst com o Secretário Culau, eu tenho a dizer
ao Secretário a mesma coisa que disse para um Vereador desta Casa: “Reze a Deus
para que Ele o livre dos amigos, pois, dos inimigos, ele consegue se livrar
sozinho”. Evidentemente, o Sr. Lair
Ferst não é amigo de ninguém, porque ele, um cidadão que se diz
responsável, sério e acusado, não deveria se aproximar dos seus amigos e sentar
às suas mesas. Amigo não faz isso. Então, o Secretário estava sentado, chegou o
Dr. Lair Ferst, sentou; o que
ele deveria fazer? Levantar e ir embora? Virar as costas? Eles eram amigos.
Quando meus amigos errarem, podem ter a absoluta convicção de que poderão não
ter o meu apoio no erro, mas não serão desrespeitados ou desprestigiados por
mim - isso eu não vou fazer. Portanto, eu não vi nada de mais. Tanto é verdade
que não há nada de mais, que um fato muito mais sério aconteceu, quando o
Vice-Presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito do Mensalão, o Dep. Paulo
Pimenta, ao término da sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito, foi
encontrado com o acusado daquela mesma sessão num carro, dentro da garagem do
Congresso Nacional. Ele pediu desculpas, esclareceu, e ninguém ficou duvidando
do Sr. Paulo Pimenta, mas ele foi encontrado numa situação difícil,
documentada, sem nenhuma preocupação com os que viram e com os que
fotografaram. Mas, para ele, houve o perdão. É a mesma coisa que acontece com o
Presidente Lula. Bem avaliado, sem dúvida nenhuma; eu até posso dizer que,
economicamente, o Brasil está andando bem, mas as coisas não estão tão bem
assim, falta trabalho para muita gente; quanto à habitação, falta; quanto à
Saúde, está mal. E não pensem que a Saúde é o Estado e o Município que têm de
resolver. Não, a Constituição é clara: saúde é direito de todos e dever do
Estado, não é o Estado do Rio Grande do Sul ou de São Paulo, é o Estado como um
todo, e aí entra o Governo Federal, que diminuiu recursos para Porto Alegre a
partir de 2003, quando assumiu o Sr. Inácio Lula da Silva. Portanto, não é
porque, de repente, duas pessoas que tinham amizade anteriormente se encontram,
que tenham que ser acusados. Todo o mundo sabe que o ex-Secretário Ariosto
Culau era um homem apolítico, não tinha participação partidária - é apenas um
técnico de excelente qualidade - e estava ajudando a levar bem o Governo do Rio
Grande, que estava em péssimas condições e que já está melhor. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Passamos
às
Este
período é destinado a homenagear o transcurso do 51º aniversário da Rádio
Guaíba e do 1º ano da Rede Record no Rio Grande do Sul, homenagem de autoria da
Mesa Diretora. Convido para compor a Mesa o Sr. Alexandre Calderon,
Diretor-Geral da Rádio Guaíba; o Sr. João Batista Rodrigues, Diretor da TV
Record no Rio Grande do Sul; o Sr. Eduardo Guedes, Diretor Administrativo da
Record no Rio Grande do Sul; e a Srª
Tânia Dias, Diretora de Programação da Rádio Guaíba. (Palmas.)
Solicito
ao Ver. Todeschini que assuma a presidência dos trabalhos, para que este
Vereador possa fazer a sua manifestação da tribuna.
(O
Ver. Carlos Todeschini assume a presidência dos trabalhos.)
O
SR. PRESIDENTE (Carlos Todeschini):
O Ver. Sebastião Melo está com a palavra em Comunicações.
O
SR. SEBASTIÃO MELO:
Primeiro, quero dizer que eu ando meio sem jeito com esta tribuna, porque faz
tempo que eu estou um pouco afastado dela.
É
com muita alegria, Srs. Diretores, já devidamente nominados, que a nossa Mesa
Diretora - e a Mesa Diretora é a expressão do conjunto da Casa -, em reunião de
Lideranças e, portanto, o conjunto da Casa, dedica este período de Comunicações
a homenagear essa grande emissora, que é a nossa Rádio Guaíba.
Eu
costumo dizer que a história da nossa Rádio Guaíba, nesses 51 anos, é a própria
história do Rio Grande e, por que não dizer, a história do nosso País. Se nós
remontarmos, meu caro Almerindo, a Legalidade, estava a Rádio Guaíba sendo
requisitada para um dos movimentos mais extraordinários que viveu este País
para fazer cumprir a Constituição. A Rádio Guaíba estava lá ecoando não apenas
no Rio Grande do Sul como em todo Brasil.
Se
eu lembrar, Srs. Vereadores, das Diretas
Já, tem tudo a ver com a história da Guaíba; se eu me lembrar das Copas
do Mundo, a partir de 1958, das vitórias do Brasil, eu não tenho como não
inserir a nossa Rádio Guaíba; se eu me lembrar de um dos momentos duros deste
País, que foi a ditadura, o golpe de Estado, lá estava a nossa Rádio Guaíba
cerrando fileiras na luta permanente do Estado Democrático de Direito; se eu
falar da eleição do Tancredo, da Constituinte e de tantos outros episódios que
marcaram a história do Brasil, nós podemos, com certeza, sinalizar que a Guaíba
lá estava presente.
Vejo
aqui muitos funcionários, vejo aqui figuras queridas da nossa Rádio Guaíba,
estou vendo o Reche, o Edegar e tantos outros - não quero me
perder para não fazer injustiças -, especialmente funcionários com mais de 50
anos. Evidentemente, esta homenagem é extensiva àqueles que, ao longo da sua
história, construíram essa Rádio.
Eu
queria também sublinhar que a Rádio Guaíba, que surgiu há 51 anos, sob o signo
da inovação, inovou o noticiário, vinculada à redação de um grande jornal, que
é o Correio do Povo. A Rádio Guaíba estruturou o radiojornalismo com uma ampla
e competente equipe de repórteres, redatores e editores - isso lhe deu grande
credibilidade -; inovou a locução, ao criar um padrão de qualidade que se
tornou característica da emissora, basta ouvir o tom da leitura dos textos
para, logo, identificar que é a Rádio Guaíba; inovou o estilo musical,
introduzindo as grandes orquestras, os renomados solistas tanto da música
brasileira como da música internacional; valorizou o bom gosto, fazendo com que
os ouvintes redescobrissem as composições e interpretações de qualidade, o que
permitiu o surgimento de uma nova geração, que passou a apreciar a boa música.
A
Rádio Guaíba também inovou as jornadas esportivas; profissionais especializados
se empenharam na criatividade das coberturas. O primeiro resultado surgiu em
1958, com a transmissão da Copa do Mundo direta da Suécia. A partir daí, a
equipe esportiva da Rádio Guaíba tornou-se escola não só para o Rio Grande, mas
também para o Brasil.
Mas
a Rádio Guaíba também inovou a produção de programas, dando ênfase aos aspectos
culturais e históricos do nosso Estado, do Brasil e do mundo. Foram programas
que ajudaram a elevar o nível de formação dos ouvintes, principalmente dos mais
jovens.
A
Rádio Guaíba também inovou a qualidade do som, que se tornou mais uma marca
registrada dessa Emissora. Ao investir em equipamentos e na construção dos
melhores profissionais, a Rádio Guaíba criou um padrão que serviu de modelo às
demais emissoras; ela também inovou, sobretudo, criando um gênero único do
rádio brasileiro, os chamados “guaibeiros”, ouvintes assíduos, que têm seus
aparelhos de rádio fixados nessa única emissora, que é a Rádio Guaíba.
Essa
é a Rádio Guaíba, um patrimônio do rádio do Rio Grande do Sul, do Brasil e, por
que não dizer, de parcela do nosso mundo.
A
Rádio Guaíba foi construída por homens valentes, extraordinários, como Mendes
Ribeiro, Homero Simon, Arlindo
Pasqualini - o maior idealizador político cujas idéias são mais atuais do que
nunca -; James Bocaccio, o inesquecível Pedro Carneiro Pereira e Osmar Meletti, entre tantos e tantos bravos
homens que construíram essa emissora, que, ao longo de sua história, vem se
transferindo, e, no último ano, está sob a batuta da Rede Record.
Queremos
dizer, Srs. Diretores, que os senhores chegam ao Rio Grande do Sul para se
somarem a uma grande história, uma história linda, bonita, comprometida com as
melhores causas. Eu olho para os meus colegas Vereadores, Verª Maria Celeste,
que presidiu esta Casa, e vejo que aqui ninguém é discriminado quando vai a um
espaço que eu acho extraordinário, que é o das 13 horas, o Espaço Aberto. Nunca
se pergunta a qual Partido alguém pertence porque é aberto a todas as matizes.
Portanto, esse é o bom jornalismo, que oportuniza o contraditório.
Então,
os senhores que chegam de uma história da Record, de tantos serviços prestados
ao Brasil, com toda a certeza, tenham absoluta tranqüilidade de que adquiriram
o conjunto de uma empresa jornalística que é um complexo maior do que a Rádio
Guaíba, com grande responsabilidade. E vejo que a responsabilidade, portanto, é
muito grande, porque esse é um padrão que se construiu ao longo de um tempo e
que merece o aplauso de todos os gaúchos e de todas as gaúchas. Mas sei que os
senhores estão conduzindo esse trabalho com firmeza, tentando qualificar,
ampliar, ter novos equipamentos.
Eu
queria dizer aos senhores - não sei se confirmo a notícia; não sei se não
confirmo - que há notícias de que os senhores estão dispostos a colocar um setorista
nesta Casa, e eu diria que, se fizerem isso, vocês merecem o aplauso de Porto
Alegre, porque essa empresa é do Brasil, é do Rio Grande, mas a sua história
está nesta Cidade, Ver. João Bosco.
Hoje,
85% das pessoas não vivem mais no campo, vivem na Cidade. Desculpem-me, mas, às
vezes, eu vejo, lá na Assembléia, questões que não têm nada a ver com o povo, é
manchete para cá, manchete para lá, e aqui nós estamos vivendo coisas reais, de
pessoas que não têm onde morar, de pessoas que estão nas filas da Saúde
pública, de pessoas que estão morrendo no meio de um tiroteio. Esta é a nossa
Cidade, a Cidade que nós amamos.
Quero
comunicar V. Exª, Ver. Carlos Todeschini, que eu não estou excedendo o tempo,
eu estou inscrito em Comunicações, e, portanto, estou dando segmento como
propositor, mas não vou utilizar mais do que cinco minutos do meu tempo.
Quero
dizer aos senhores que, ao dedicarem um setorista a esta Casa, coisa que, lá
atrás, os jornais dedicavam à Câmara de Vereadores - a nossa presidência é
transitória, mas a Casa é maior do que isso -, nós temos muitos desafios, e
essa Rádio tem tudo a ver com o dia-a-dia do povo. Como eu disse: ela é do Rio
Grande, ela é do Brasil, mas ela é, acima de tudo, de Porto Alegre e dos
porto-alegrenses.
Então,
eu queria cumprimentá-los, em nome dos 36 Vereadores, e dizer que isso vai
mudar, sem dúvida alguma, porque a Câmara de Vereadores passa a ser
também protagonista num processo em que ela é a consciência da Cidade. Nós
estamos vivendo um momento muito rico nesta Casa; nesse mês que se inicia,
estaremos lançando grandes debates sobre o futuro da nossa Metrópole; são temas
desafiadores, difíceis de ser enfrentados, mas que precisam ser enfrentados,
para que as próximas gerações possam ter um espaço urbano mais digno.
Por
isso quero, ao finalizar, mais uma vez, cumprimentar cada funcionário. Não sei
se o Milton Ferretti Jung está aqui, mas
sei que ele tem mais de 50 anos na Guaíba. Esse eu sei; não sei os outros. Mas
o Milton está ai? Em nome do Milton, que não está aqui de corpo presente, mas
está com a alma e com o sentimento, quero cumprimentar todos os funcionários
com um abraço muito apertado. O Celso Costa é o mais antigo? Portanto, parabéns
ao Celso, ao Milton, ao Sidney
Coelho, que tem mais de 51 anos também. (Palmas.) São histórias que se
construíram ao longo do tempo. Um abraço muito fraterno. Parabéns à Rádio
Guaíba! Parabéns à nova Direção! Que os senhores continuem dando ênfase a este
grande patrimônio construído no nosso querido e amado Rio Grande, que é a nossa
Rádio Guaíba. Muito obrigado. (Palmas.)
(O
Ver. Sebastião Melo reassume a presidência dos trabalhos.)
O
SR. ELÓI GUIMARÃES: Quero elogiar o Ver. Sebastião Melo, Presidente da Casa e
proponente desta inquestionável e justa homenagem que se faz ao transcurso do
aniversário da Rádio Guaíba bem como ao primeiro ano da Record aqui nas nossas
terras, no Pampa gaúcho.
Nós
queremos saudar o Diretor-Geral da Rádio Guaíba, o Sr. Alexandre Calderon; o
Sr. João Batista Rodrigues, Diretor da TV Record no Rio Grande do Sul; a
Srª Tânia Dias, Diretora de Programação
da Rádio Guaíba; o Sr. Eduardo Guedes, Diretor Administrativo da Record do Rio
Grande do Sul. Também queremos, na pessoa do Ver. Haroldo de Souza e dos funcionários
aqui já nominados - o Celso, o Sidney
-, saudar os trabalhadores desse complexo magnífico, que é a Rádio Guaíba.
Nós
queremos também agradecer o Ver. Nilo Santos pela cedência de seu tempo a este
Vereador; cumprimentar o nosso Líder, o Ver. Dr. Goulart; o Ver. Brasinha, o
Ver. Almerindo, o Ver. Maurício e a Verª Maria Luiza, enfim, quero saudar todos
e dizer que esta Sessão é muito importante quando esta Casa, pela sua Direção,
pelo seu Plenário, recebe a Rádio Guaíba, no seu 51° aniversário, e a TV
Record, no seu primeiro ano.
Este
é um momento especial, na medida em
que o Rio Grande recebeu um brinde, porque estamos comemorando um ano de uma
televisão nacional aqui no nosso Estado. A TV Record está aqui diretamente;
cobre do Rio Grande para o Brasil, de Porto Alegre para o Brasil, diretamente.
Então, nós temos - isso é um motivo alvissareiro -, em nosso meio, exatamente
uma televisão nacional, que é a TV Record. Portanto, os cumprimentos da Casa,
os cumprimentos da Cidade pelo primeiro ano, que estamos comemorando, da TV
Record em nosso Estado e, de resto, em nossa Cidade.
O Sr. João Carlos Nedel: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Ilustre Ver. Elói Guimarães, eu queria, em
nome da Bancada do Partido Progressista, cumprimentar a Rádio Guaíba em nome
dos Vereadores João Antonio Dib, Beto Moesch e em meu nome, pelos 51 anos de
fundação. E quero agradecer, em nome de todos os porto-alegrenses, o bem que
vocês têm feito por esta Cidade. Meus parabéns! (Palmas.)
O Sr. Almerindo Filho: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver. Elói Guimarães. Eu quero
parabenizar os Diretores da Rádio Guaíba pelos 51 anos e pelo primeiro ano da
Rede Record aqui no Estado. Um abraço a todos vocês. Ratifico que a Rádio
Guaíba já tinha um nome aqui em Porto Alegre. Falando de Porto Alegre, deve-se
falar de Rádio Guaíba, aliada ao caráter e ao trabalho desses novos Diretores.
Um abraço. Deus abençoe todos.
Quero fazer um convite a todas as pessoas desta
Casa para estarem, no dia 1º de julho, na Sessão Solene que irá homenagear a
Rede Record/Sul pelo seu 1º aniversário. (Palmas.)
O Sr. Dr. Goulart: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Eu queria agradecer pelo tempo que
o Ver. Elói Guimarães não tinha, mas nos cedeu, porque é um momento especial.
Eu quero cumprimentar todos os Diretores dessa nova Rede pelo trabalho que
continuaram a fazer, de magnificência. E quero dizer que chega a Internet,
chega a televisão, chega o radinho que vai aos mais longínquos lugares do
Brasil, mas, certamente, todos os dias, de manhã, alguém, em algum lugar deste
Rio Grande do Sul, quer ler o Correio do Povo. Quero falar também dos laços
afetivos que nós mantemos com a Emissora, por intermédio da grande figura de
Almerindo Filho, nosso colega, e do meu chefe de reportagem, Luís Reis, que
também é seu funcionário. Um abraço. Parabéns, Ver. Sebastião Melo! (Palmas.)
O Sr. Nilo Santos: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Isso tudo, porque o homem é o único
Vereador e Senador nesta Casa também, não é? Quero parabenizar a Rádio Guaíba e
a Rede Record. Quero dizer para a Rede Record, inclusive, que eu sou um dos que
torcem para que a Record chegue, realmente, à liderança pelos princípios que mantém, pela ética,
também, e pela moral. Então, só podemos torcer para que cheguem rapidamente à
liderança em rádio, jornal e televisão. Obrigado. (Palmas.)
A
Srª Margarete Moraes: V. Exª permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Nós queremos cumprimentar o autor da proposta, o Ver. Sebastião
Melo, hoje nosso Presidente, que saúda os 51 anos da Rádio Guaíba e o primeiro
ano da Rede Record, por tudo o que significa a sua história. Mas eu quero
salientar o caso da legalidade, quando foi transmitida, pelas ondas do rádio,
toda a situação política em defesa da democracia do Estado de Direito do Rio
Grande do Sul, em que a Rádio Guaíba teve um papel muito importante, também,
pelo padrão de qualidade, pela manutenção de uma identidade cultural muito
forte com o Rio Grande do Sul.
Em
nome do nosso colega Ver. Haroldo de Souza e do Celso Costa, nós queremos, em
nome da Bancada do meu Partido, aqui presente, Verª Sofia Cavedon, Verª Maria
Celeste, Ver. Guilherme Barbosa, Ver. Adeli Sell, Ver. Carlos Todeschini e
demais Vereadores, cumprimentá-los. Parabéns! (Palmas.)
O
SR. ELÓI GUIMARÃES: Para,
evidentemente, Presidente, encerrar, incorporo as manifestações vindas dos apartes
à nossa manifestação. Viva a Guaíba! Viva a Record! E levem - os dirigentes, os
funcionários e os jornalistas - a certeza e a convicção do grande papel que
exercem na comunicação do nosso Estado. Obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. João Bosco Vaz está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo
da Verª Neuza Canabarro.
O
SR. JOÃO BOSCO VAZ: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; autoridades que compõem a Mesa, já citadas;
Diretores da TV Record e da Rádio Guaíba; companheiros, colegas de jornalismo: Sílvio Almeida, Edgar Schimidt, Luiz Carlos
Reche, Celso Costa, essa figura ilustre, fantástica, que sintetiza, meu
amigo Ataíde Miranda, o famoso estilo Guaíba; isso ninguém conseguiu tirar da Rádio
Guaíba, e muitos tentaram, e muitos buscaram, e muitos se esmeraram para ter a
qualidade do som de Homero Simon, para ter essa qualidade de som do Celso, do Cidico Krebs, do José Krebs, do Miguel Giuseppe, do Remião, do Petry, alguns
que até já nos deixaram, mas que foram responsáveis, nessa central técnica, por
esse estilo Guaíba de fazer rádio, de fazer jornalismo, de fazer
entretenimento, de levar a informação e de fazer esporte com grande qualidade.
Dou
o exemplo do Luiz Carlos Reche,
que entrou na Guaíba como auxiliar de plantão do Antônio Augusto, do saudoso
Érico Sauer; hoje, está aí o
Luiz Carlos Reche ocupando o seu lugar de destaque na mídia nacional. Vejo ali
o Edgar Schimidt e lembro-me de Laerte de Franceschi; do Samuel de Souza Santos; do Joabel Pereira; do Paulo
Mesquita. E falo dessas coisas todas que me tocam o coração, porque iniciei,
jornalisticamente, na Central do Interior da Caldas Júnior, em 1979; em 1980,
criamos, dentro da Rádio Guaíba, um programa só para o futebol do Interior, que
eu apresentava com as informações que os nossos correspondentes mandavam do
interior do Estado. Nós somos do tempo do telex na Rádio Guaíba, somos do tempo
do bar da Maria e do Jaime; nós somos do tempo em que nós tínhamos o nosso
time, O Trem da Alegria, na Guaíba, quando o Pedro Boleiro era o nosso
motorista. São coisas que me tocam o coração neste momento, coisas que me
envaidecem. Orgulho-me de ter podido participar, iniciar e por ter, na minha
formação jornalística, convivido com pessoas de tão grande importância, de
tantos serviços prestados à antiga Caldas Júnior.
Hoje,
a Rádio Guaíba se mantém firme, se mantém forte, tem uma nova administração,
que, pelo que observo, mantém o que vinha sendo feito, qualificando, buscando
novos espaços, buscando alguns novos programas, novas programações, e isso dá à
Rádio Guaíba, dentro desse estilo Guaíba, aquilo que o ouvinte mais quer: a
credibilidade da informação. Quem não tem credibilidade, quem não tem a certeza
do que quer informar, quem não tem grandes profissionais não ocupa lugar de
destaque nesse mercado difícil da radiodifusão.
Muito
obrigado. Parabéns aos novos Diretores, parabéns aos colegas, aos companheiros.
Vejo o meu amigo Cinotti ali,
vejo o João, que é o Diretor Comercial. Um grande abraço a vocês; um beijo no
coração de todos. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
O Ver. Luiz Braz está com a palavra em Comunicações.
O
SR. LUIZ BRAZ: Exmo
Sr. Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Ver. Sebastião Melo. (Saúda
os componentes da Mesa e demais presentes.) Senhores “guaibeiros”, todos vocês,
que são ótimos profissionais já citados pelo João Bosco Vaz e que, realmente,
formam a elite do rádio, aqui em nosso Rio Grande do Sul, eu quero cumprimentar
e dizer que esta Casa se sente muito honrada em recebê-los hoje, aqui.
Eu também, como radialista, não podia deixar de vir a esta tribuna para participar desta homenagem que foi sugerida pelo Presidente desta Casa, Ver. Sebastião Melo, homenageando os 51 anos da Guaíba, uma emissora que representa tanto para todos nós que estamos aqui no Rio Grande do Sul; e uma emissora que marca o início de gestão em uma empresa que tem tudo para deslanchar, e nós torcemos para que ela realmente tenha uma grande ascendência, um grande crescimento, que é exatamente a Rede Record.
O
SR. HAROLDO DE SOUZA: Exmo
Sr. Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Ver. Sebastião Melo,
proponente desta homenagem. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) A Rádio
Guaíba está aí, mas ela está também na galeria, nas mansões, nas favelas, nos
barracos, no campo, nas coxilhas do Rio Grande; está no ar do Rio Grande.
Há 51 anos, a Rádio Guaíba está no ar do Rio
Grande, é a voz do Rio Grande, a voz da legalidade, a voz da notícia com
credibilidade, a voz do futebol.
Começava em 1957 - Luiz Carlos Reche, você, em
Lagoa Vermelha; eu, em Jacarezinho -, mas lá, na distante Estocolmo, no Estádio
de Rassunda, Celso Costa deveria
estar lá, estava lá; Jorge Alberto Mendes Ribeiro, de saudosa memória:
“Garrincha para Pelé; Pelé para Garrincha”, e, daqui a pouco, sai o gol, e
Jorge Alberto Mendes Ribeiro: “Pelê, Pelê”. Mas, como “Pelê”? Nascia para o
mundo o maior craque do futebol; nascia Édson Arantes do Nascimento, o
ex-gasolina, de Bauru; nascia o Rei Pelé, e, com ele, nascia a Rádio Guaíba de
Porto Alegre em Copas do Mundo, e nunca mais parou. E só nós, que vivemos,
interiormente, a vida da Rádio Guaíba de Porto Alegre, podemos dizer como tudo
isso foi construído, de que maneira batia o coração do Pedro Carneiro Pereira,
do Lauro Quadros, do Luiz Carlos Ostermann;
de que maneira batem os nossos corações. E hoje, Luiz Carlos Reche, Edgar
Schimidt, Orestes de Andrade e outros formam essa equipe da Rádio Guaíba de
Porto Alegre, que teve, em suas direções, o primeiro cidadão chamado Arlindo
Pasqualini. A história do Rio Grande do Sul sabe quem é Arlindo Pasqualini. A
Rádio Guaíba começou com Arlindo Pasqualini, mas ela teve, em seqüência, poucos
dirigentes; numa longa história, poucos dirigentes: Paulo Milano, Edilberto Degrazia, Flávio Alcaraz Gomes, Francisco Antônio
Caldas, Carlos Alberto Bastos Ribeiro e, agora, o cidadão Alexandre
Calderon tem, em suas mãos, a responsabilidade de uma tradição que marca o Rio
Grande do Sul, na credibilidade que é dada a essa empresa, naquilo que foi
feito, que está sendo feito e que precisa ser feito, porque é uma história que
não tem fim. Era a Rádio Guaíba, a
Companhia Jornalística Caldas Júnior, nascida lá atrás - velho Correio do Povo
-; depois, o apêndice da TV Guaíba, mas a Rádio Guaíba. São 51 anos de uma
história inesgotável. Quantos outros nomes passarão por essa história? Quantos
outros nomes passarão para escrever a história da Rádio Guaíba de Porto Alegre,
que começou em “Pelê”, mas que teve Ronaldo, que teve outros astros que emolduraram as nossas jornadas
esportivas? Lembrando ainda que, no Rio Grande do Sul, se fazia um rádio
esportivo diferenciado do País, e fazemos um rádio diferenciado do resto do
País; rádio esportivo diferente. Nós temos um duplex. É! A junção do amor e do
quero mais, de gremistas e de colorados, e, por isso, o duplex. Nenhuma rádio
faz, em Minas, em Pernambuco, em São Paulo, no Rio de Janeiro, um duplex da
família palmeirense com a corintiana, da são-paulina com a corintiana; não,
ninguém faz. Mas aqui se faz, no dia-a-dia, Grêmio e Internacional, porque este
Estado é de dualidade, e um pedaço deste Estado está escrito na Cia.
Jornalística Caldas Junior - a emissora de todas as Copas -, que, certamente,
estará marcando presença em 2010, sempre, e cada vez mais, robustecida, porque
nós entendemos que o Rio Grande do Sul, ao ter os seus valores individualizados
- e a Rádio Guaíba é um valor individualizado -, nós precisamos continuar
preservando esses diamantes.
Eu
tenho 34 anos de Rio Grande do Sul, 17 de Rádio Guaíba, bem no meio do ciclo,
onde, dentro das coisas numéricas da minha vida, é um recomeço, é um recomeço.
Eu recomeço todos os dias, e, publicamente, como Vereador, eu estou hoje
dizendo o meu recomeço na Rádio Guaíba e pedindo, em nome de todos aqueles que
escreveram a história do rádio, aqui no Rio Grande do Sul, da imprensa
não-escrita e nem televisionada - porque não é o meu campo -, mas, em nome da
imprensa radiofônica, noticiosa e esportiva, que você, Alexandre Calderon,
tenha toda a inspiração de Deus e toda a proteção Dele, para que você possa,
realmente, fazer da Rádio Guaíba aquilo que ela nunca deixou de ser; é um
diamante inesgotável, de brilho de rara beleza e de talento, e, principalmente
- amigos da Record, que estão chegando -, a Rádio Guaíba é a alma do Rio
Grande. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. Elias Vidal está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. ELIAS VIDAL: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os integrantes da Mesa
e demais presentes.) Eu venho a esta tribuna, como Líder do PPS, para fazer um
registro, também, do nosso Partido, neste dia em que se comemora mais um
aniversário da Rádio Guaíba. Queremos parabenizar o nosso Presidente; e
aproveito este momento para dizer que está sendo um grande Presidente nesta
Casa - se continuar assim, vamos ter que mexer para um segundo, terceiro,
quarto mandato -, um excelente Presidente, um jovem Presidente fazendo um
trabalho magnífico e que está de parabéns, como proponente desta homenagem a
uma Rádio que sempre prestou, e tenho certeza que continuará prestando, um
serviço para a sociedade.
Então,
o nosso registro é para dizer que esta Casa faz, neste momento, um justo
tributo de reconhecimento à Rádio Guaíba, porque é uma emissora que leva
entretenimento através do esporte, que leva cultura, que leva informação, que
leva a boa música. A Rádio Guaíba tem um marco, um DNA, uma espinha dorsal que
é inconfundível. Ela tem a sua marca, a sua impressão digital. E o Rio Grande
do Sul reconhece isso. Há algumas coisas no Rio Grande do Sul que se confundem
com a sua história como, por exemplo, instituições como a Brigada Militar. Há
outras, e a Guaíba, na área de comunicação, também se confunde com a história
do Rio Grande do Sul.
Então, Presidente, neste dia, estamos fazendo uma
justa homenagem e reconhecendo que a Guaíba faz parte da nossa história. Se a
Guaíba não existisse, seria um Rio Grande do Sul menos pujante; se a Guaíba não
existisse, seria um Rio Grande do Sul mais enfraquecido; nós somos mais fortes
e melhores só porque, entre as coisas boas que existem no Rio Grande do Sul,
está a Rádio Guaíba.
Então, queremos desejar à Rádio Guaíba, à família
de todos os funcionários - e não estão todos aqui, mas alguns representantes,
setores fundamentais e importantes da Rádio Guaíba e de outros setores do Grupo
-, vida longa a todos vocês, saúde! Que Deus os abençoe, e que vocês possam ter
outros 51 anos! Quando isso acontecer, alguns de nós já vamos estar com cabelos
bem grisalhos, com a pele quebrada, com a espinha curvada, mas, ao olhar para
trás, vamos poder dizer: fizemos o nosso melhor!
É o nosso desejo, e esta Casa sempre estará à
disposição, naquilo que for possível, para dar todo o apoio, todo o incentivo,
porque vocês merecem. Parabéns, Rádio Guaíba! Nosso muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Sr.
Alexandre Calderon, Diretor-Geral da Rádio Guaíba, está com a palavra.
O SR. ALEXANDRE CALDERON: Exmo Sr.
Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Ver. Sebastião Melo. (Saúda
componentes da Mesa e demais presentes.) É com muita honra que recebemos esta
homenagem da Câmara Municipal de Porto Alegre. Esta oportunidade é muito
especial para todos nós que fazemos a Rádio Guaíba, e com muita alegria,
inclusive, porque, neste um ano, temos tido o prazer de conhecer muito da
história e da tradição do Rio Grande do Sul. Pois esta Casa, a Casa que
representa a comunidade, a Rádio Guaíba, podemos prestar contas sobre o
primeiro ano de uma nova gestão da nossa Rádio. A Rádio Guaíba é um patrimônio
do Rio Grande do Sul, e a responsabilidade que temos é muito grande, pois nos
unimos a uma inigualável marca do Rio Grande; inclusive o slogan sempre
foi este: “Aqui fala a Rádio Guaíba de Porto Alegre”. Assim sempre se iniciou,
sempre se começou.
Dessa forma, a Emissora consagrou seu estilo,
levando ao mundo, com muito orgulho, o nome da nossa Capital. Eu digo nossa,
porque já morei aqui há mais de 11 anos, eu morei aqui por cinco anos, mas já
me considero um gaúcho, e, com muito prazer e muita alegria, estou aqui de
volta há um ano.
Nesta
solenidade, nós firmamos, portanto, o nosso compromisso de manutenção de todos
os atributos da marca Rádio Guaíba, que, há 51 anos, nasceu para informar com
credibilidade, transparência, sem jamais cair na vulgaridade ou dirigir sua
programação a interesses distintos aos da comunidade. A história não é feita
somente de fatos e de personagens, mas também de relatos e versões de seus
principais momentos. Quando uma informação desperta interesse e possui
relevância, pertinência ou utilidade pública, é preciso saber transmiti-la de
forma competente, e isso implica objetividade, clareza e credibilidade, é
necessário ouvir todos os lados da notícia. E todos que conhecem a Guaíba sabem
que, graças a Deus, a Guaíba tem prezado e preza muito por isso.
Assim tem sido a atuação da Rádio Guaíba desde as
transmissões inaugurais de 30 de abril de 1957, quando, em cerimônia festiva no
Theatro São Pedro, os discursos dos diretores Alberto Pasqualini e Breno Caldas
chegaram a milhares de ouvintes, dentro e fora do Rio Grande do Sul, cruzando
as mais variadas fronteiras.
As mensagens irradiadas pelas ZY158, a partir
daquela noite de terça-feira, deixavam clara a opção da Emissora por uma
programação de qualidade em jornalismo, serviços e entretenimento, com
excelência técnica, bom gosto e compromisso com o ouvinte.
O Rio Grande do Sul ganhava, a partir de então,
outra voz ativa em defesa de seus interesses sociais, econômicos e culturais
mais legítimos.
A trajetória percorrida pela Guaíba, ao longo dos
51 anos, inclui momentos memoráveis nos quais a Emissora se fez presente,
reportando, em primeira mão, as novidades e acompanhando seus impactos e
desdobramentos com profissionalismo e amor a uma atividade que é decisiva para
a construção da cidadania.
Deixaram marcas na radiofonia local as coberturas
do lançamento do satélite Sputnik e da Copa do Mundo na Suécia, em 1958, e as
demais conquistas da Seleção Brasileira; a construção de Brasília, a renúncia
de Jânio Quadros, o Movimento da Legalidade, a Universíade de Porto Alegre, os
assassinatos de John e Bob Kennedy, o Golpe Militar de 64, a Guerra do Vietnã,
a chegada do homem à Lua; a
perda de nosso colega Pedro Carneiro Pereira, em Tarumã, o incêndio da loja
Renner, a visita do Papa a Porto Alegre, as Diretas Já, o fim da ditadura e o retorno da democracia ao Brasil,
a morte de Tancredo Neves, a Constituição de 88, o assassinato de Chico Mendes.
Não podemos esquecer, ainda, de fatos como a queda
do Muro de Berlim, o confronto entre a Brigada Militar e colonos sem-terra na
Praça da Matriz, o impeachment do Presidente Collor, a perda de Ayrton
Senna; a grande rebelião no Presídio Central; os campeonatos mundiais da dupla
Gre-Nal; os atentados de onze de setembro nos Estados Unidos, o Fórum Social
Mundial em Porto Alegre, as Feiras de Hannover, na Alemanha; as denúncias de
“mensalão” e tantos outros fatos que, para muitos, transcenderam a condição de
mera notícia.
Desde março de 2007, sob o controle do Grupo
Record, a Emissora vem implementando inovações em todos os setores e obtendo
excelente desempenho comercial. Além de reformas em sua infra-estrutura física
e tecnológica, os ajustes prevêem modernização de formatos e conteúdos, com
novos programas, mais contratações e modelos diferenciados de gestão, produção
e operação de programas em AM e FM, sintonizados com o que há de mais moderno
em âmbito mundial.
Inclusive, estaremos iniciando a nossa reforma
agora, no início do próximo mês - o que vai ser um marco muito grande na própria
história da Rádio Guaíba -, quando realizaremos uma grande festa e, por que não
dizer, uma reinauguração de todos os nossos estúdios, a fim de que todos saibam
que a Guaíba é, realmente, a melhor, é a primeira, é a principal e o que é mais
importante: sem comprometer o estilo Guaíba de qualidade, credibilidade e bom
gosto.
Também podemos mencionar como exemplos dessa nova
fase a cobertura dos Jogos Pan-Americanos do Rio, em 2007; o Sábado Total e o Programa das Sete, veiculado de
segunda a sexta-feira, no horário nobre, das sete às oito da noite.
Outras novas propostas já conquistam ouvintes
fiéis, como a edição de fim-de-semana do Jornal da Manhã, apresentado pelo
jornalista André Haar, que
também comanda a programação da Record Internacional, a partir do sul do País,
e o consagrado Clássicos Guaíba
FM.
Conhecido pela intensidade na defesa de suas
opiniões, Rogério Mendelski retornou à Guaíba, em 2007, para despertar os ouvintes
com o programa Bom-Dia. Das 6h às 9h, os “guaibeiros” encontram entrevistas,
opiniões de comentaristas especializados, meteorologia, reportagem e
informações sobre o trânsito. E quem já era fã do tradicional programa Agora,
no ar há 30 anos, ele foi apresentado com uma atuação ainda mais efetiva e
dinâmica da equipe de jornalismo da Rádio Guaíba. Os principais acontecimentos
da semana são repercutidos pelas análises de convidados entrevistados. Outro
que faz jus ao nome é o Espaço Aberto, onde uma bancada formada por jornalistas
e convidados dos mais variados segmentos discute a principal informação do
momento e interage com a opinião dos ouvintes. O Guaíba Revista, verdadeiro
almanaque das tardes, também foi brindado com nova estrutura, mais ágil e sem
deixar de priorizar a combinação perfeita entre seriedade e leveza. O link
permanente com as principais notícias do dia e da hora divide espaços com
intervenções constantes da equipe de jornalismo, trazendo informações sobre
cultura, saúde, política, comportamento e utilidade pública.
Com a reformulação, o Guaíba Rural, a partir de
abril, ampliou a abrangência das informações direcionadas ao setor primário de
nossa economia, com destaque para o agronegócio. O cardápio inclui dicas
técnicas, análises de mercado, previsão do tempo, receitas campeiras e músicas
gauchescas.
No segmento esportivo, os ouvintes podem
acompanhar, diariamente, os debates ao meio-dia, no Terceiro Tempo, e as
principais informações da área, na faixa das 17h às 23h, e, nos finais de
semana, a extensa cobertura esportiva, com os jogos da dupla Gre-Nal nos
diversos campeonatos dos quais participam.
A nossa missão como co-participantes dessa gloriosa
história é de proporcionar aos colaboradores da Rádio Guaíba as melhores
condições para que sigam aprimorando a tradicional marca de qualidade de nossa
Emissora.
Aos milhões de ouvintes, seguiremos oferecendo uma
programação com a marca de credibilidade da Guaíba! Quando falamos dos ouvintes
da Guaíba, não estamos nos referindo à simples audiência, mas, sim, aos amigos
fiéis, que nos acompanham desde 1957, e àqueles que mais recentemente passaram
a nos ouvir.
Em todas as querências, pelo mundo afora, temos a
companhia única dos “guaibeiros”, que nos fazem estar sempre mais comprometidos
com a essência de nossa Emissora, “guaibeiros” que nos ajudam a fazer da Guaíba
de Porto Alegre uma voz forte a serviço do Rio Grande e do nosso País.
Assim,
senhoras e senhores, é um grande privilégio podermos, aqui na Câmara Municipal
de Vereadores de Porto Alegre, expressar o nosso orgulho e o nosso
comprometimento com a Rádio Guaíba e com sua legião de ouvintes e amigos.
Estamos tendo a oportunidade de aprender, e muito, com os profissionais que
fazem a Rádio Guaíba. A Rádio Guaíba é única, absoluta em seu estilo, uma
escola para aqueles que buscam, no radiojornalismo, sua satisfação
profissional. A Rádio Guaíba orgulha-se de ser daqui, de conviver com essa
gente sem igual e de levar ao mundo a satisfação de ser a Rádio Guaíba de Porto
Alegre.
Permita-me,
nobre Presidente, como V. Exª falou sobre os setoristas, que V. Exª teria
“ouvido um passarinho”, eu quero aqui dizer que, a partir do dia 5 de maio, nós
estaremos com um setorista aqui na Casa, cobrindo todos os trabalhos dos
ilustres Vereadores da nossa Cidade. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Registro
a presença de Robinson Luis,
Vereador do PRB de Gravataí; seja bem-vindo à nossa Casa.
Suspendo
os trabalhos para as despedidas e convido os Srs. Diretores e os Srs. Vereadores para
tirarmos uma foto coletiva da visita dos Srs. Diretores da Rádio Guaíba.
(Suspendem-se os trabalhos às 15h21min.)
O SR.
PRESIDENTE (Sebastião Melo – às 15h24min): Estão reabertos os
trabalhos. Solicito aos Srs. Vereadores que retornem às suas bancadas, para
reinício dos trabalhos. (Pausa.)
A Verª Sofia
Cavedon está com a palavra em Comunicações.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs.
Vereadores, Sras Vereadoras, toda a nossa Bancada - e também eu,
pessoalmente - nos somamos à homenagem aos 51 anos da Rádio Guaíba. Um
importantíssimo instrumento de democratização da informação, o rádio é uma
preciosidade que nós temos; essa história da Rádio Guaíba é patrimônio do Rio
Grande do Sul, e nós queremos vê-la cada vez mais pujante e democrática.
Eu quero tratar,
nestes cinco minutos, da problemática da falta de vagas nas escolas de Porto
Alegre não só nas municipais, mas nas municipais e nas estaduais. A Comissão de
Educação recebeu, na terça-feira passada,
50% dos Conselheiros Tutelares; havia quase trinta Conselheiros Tutelares dessa
nova gestão eleita, trazendo um diagnóstico da demanda por vaga, que aparece em
cada uma das microrregiões da cidade de Porto Alegre. E os Conselheiros
chegaram à Comissão de Educação depois de terem feito reunião com a
Coordenadoria da Secretaria Estadual de Educação, responsável por Porto Alegre,
depois de terem feito reunião com a SMED e depois de terem estado no Ministério
Público da Infância e da Adolescência. Então, não era uma primeira fala dos
Conselheiros Tutelares. Diziam eles: “Estamos em abril, no final de abril, e
não temos respostas concretas que garantam vagas às crianças e adolescentes das
nossas regiões”. E o total dessas crianças e adolescentes sem vagas, em abril
deste ano, chega a 600 possíveis alunos; cada uma das microrregiões colocando
que são dados de demandas de mães, pais ou responsáveis que chegaram ao
Conselho Tutelar.
Então,
se esse número dos que procuraram é de 600, imaginem quantos ainda estão fora
da escola. Nós temos duas políticas muito sérias do Governo do Estado. Há a
política da enturmação, com uma previsão a menos dos alunos, que se iniciou no
final do ano com o fim da rematrícula automática, e esse tema não é menos
importante, porque pais e mães ficaram desavisados, houve pouquíssima
divulgação; deveria haver um mês de divulgação em massa em todos meios de
comunicação; assim, talvez, nós alcançássemos 90% dos pais, para que eles
fossem à escola rematricular seu filho. A Secretária da Educação inventou que
não haveria rematrícula automática, pela primeira vez, neste ano que passou, e,
assim, ela planejou o número de turmas, superenturmando os alunos que
permaneceram, e faltaram vagas para muitas crianças.
Os
Conselheiros Tutelares apontavam várias situações. Há situações de crianças de
seis anos sendo encaminhadas ao Vou à Escola. Crianças de seis, sete, oito anos
não têm como andar de ônibus sozinhas em Porto Alegre, se deslocar para a
escola de ônibus e voltar. E aí, se não há disponibilidade do adulto - e não há
em muitas situações -, essa criança não está indo à escola para a qual foi
designada. Os Conselheiros Tutelares encaminharam essas listas à SEC, que as
devolve indicando escolas, e, na sua maioria, são escolas que se localizam muito
longe de casa, que demandam dois ônibus, escolas que acabam separando irmãos.
Nem a questão da família, para tornar fácil levar e trazer os filhos, foi
considerada. Então, há muitas situações sem gerenciamento.
Mais
grave, a SEC e a SMED dizem: “Procurem vaga na escola perto da sua casa”. E os
pais estão peregrinando, e, na palavra dos Conselheiros Tutelares, eles eram a
última porta, mas, hoje, eles são a primeira porta, porque, na SEC, não há
respostas, pois as escolas só dizem: “Não há vagas.” Então, há uma redução de
turmas, de matrículas, e há situações de falta de professores, pois alguns
alunos, numa quantidade significativa, que foram designados para uma vaga
aguardam professor para poder estudar.
Então,
senhores, a Comissão de Educação está encaminhando às Secretarias responsáveis
esse tema e tirou uma dinâmica de visitações às microrregiões para ir à escola
estadual, à escola municipal, verificar a presença ou ausência de vagas, a
possibilidade de abertura de turmas para tensionar os dois estados, o público
municipal e o estadual, porque há uma omissão e uma desresponsabilização sem
igual neste início de ano letivo em Porto Alegre.
(Não revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. Valdir Caetano está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente.
O
Ver. Dr. Goulart está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. DR. GOULART: Obrigado,
Ver. Sebastião Melo. Desculpe a extemporaneidade do pedido, mas ainda não nos
acostumamos com as novas inversões de Pauta e similares.
Nesse
fim de semana, eu tive uma constatação. Eu imaginava que fazia muito, que o meu
trabalho era muito grande para com a comunidade; eu tinha esse “exibimento”
comigo de achar que eu era importante. Então, fui convidado a visitar o Centro
Vita, na Lomba do Pinheiro. Imaginem os senhores que maravilha de sustentação
social são aqueles quatro hectares de terra na Lomba do Pinheiro. Lá eles
cuidam de pessoas do sexo masculino, que estão desesperadas com o uso da droga,
principalmente essa droga que parece que não tem saída nunca, que é o crack.
Lá há um alojamento perfeito, há encontros entre pessoas que deixaram outros
tipos de drogas como o alcoolismo, a cocaína e a maconha, e cuidam, de maneira
voluntária, dessas pessoas.
Lá,
bem lá no fundo, eles têm um alojamento de doentes crônicos mentais, semelhante
aos que eu vi quando era universitário da Faculdade de Medicina, no Hospital
São Pedro. Mas, com bastante cuidado, com bastante carinho, corriam aqueles
alienados e sabiam que tinham que abraçar o seu preceptor, chamando pelo nome e
pedindo um presente, pedindo um carinho - um momento de grande emoção.
Depois,
nós visitamos o centro de informática, onde são ensinadas essas pessoas que ali
estão, e onde são ensinadas as pessoas da comunidade da Lomba do Pinheiro que
não podem aprender informática. E sabem quem é que cuida disso tudo? É o
coronel, como nós conhecemos, Sérgio, esposo da nossa querida Verª Maria Luiza.
E lá estava a Verª Maria Luiza também, fazendo a sua parte como agente
comunitária, como assistente social que é. É um trabalho maravilhoso, e eles
não fazem questão de trazê-lo à luz, não fazem questão de se exibir para a
sociedade para mostrar que fazem esse trabalho. É bem verdade que eles têm o
apoio do Senador Sérgio Zambiasi, que é o homem notório entre nós, por ser o
homem da solidariedade.
Mas
eu fui convidado para fazer uma palestra, fazer uma visita, e saí de lá
verdadeiramente apaixonado pelo serviço comunitário que a Verª Maria Luiza, o
Coronel Sérgio, o Sérgio Zambiasi, o Giovani e tantas outras pessoas prestam. E
eles não costumam vender rifas para nós, pedir dinheiro, pedir dinheiro para o
Governo; eles fazem a sustentação de alguma maneira, de alguma forma, como
todas as ONGs deveriam trabalhar, de maneira quieta, de maneira surda, mas de
maneira eficiente. E quando o menino deu o depoimento de que o crack era
o que lhe atormentava e que ele havia pedido que a família o acorrentasse, o
seu pai, desesperado, mas esperançoso - pois, naquele lugar bendito da Lomba do
Pinheiro, ele poderia se curar - passava-lhe, com discrição e com carinho, a
mão no joelho. Aquele carinho, aquela esperança daquele homem que andava em
cadeira de rodas e que tinha seu filho perdido para o crack levou-nos a
uma emoção sem par, levou-nos, verdadeiramente, eu e meus assessores, às
lágrimas ao sabermos que existem pessoas que têm compaixão neste mundo
miserável, que tratam dos outros como sendo seus próprios filhos, e esses não
são seus filhos, mas tudo isso sem bater, sem matar, sem violentar o seu semelhante.
Pena
que a Verª Maria Luiza não esteja aqui, neste momento, ela que, há dois
minutos, estava sentada aqui e teve de ir atender a comunidade no seu gabinete,
para que eu pudesse lhe dizer “Verª Maria Luiza, que belo trabalho V. Exª faz,
que belo trabalho o Cel. Sérgio faz; que trabalho de compaixão o Senador
Zambiasi faz.” Que a gente tenha várias ilhas como esses quatro hectares
existentes na Lomba do Pinheiro, que são de compaixão, de carinho e de amor
humano. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A
SRA. SOFIA CAVEDON (Questão de Ordem): Sr. Presidente, solicito Tempo Especial para relatar a
Conferência de Educação Básica, da qual participei, representando esta Casa.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A
Verª Sofia Cavedon está com a palavra em Tempo Especial.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Sr.
Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, de 14 a 18 deste mês, tive a honra de representar esta Casa, sem
custos para o Parlamento, porque fui eleita Delegada na Conferência Estadual de
Educação, no final do ano passado. Como Delegada na 1ª Conferência Nacional de
Educação Básica, tive a minha ausência concedida por esta Casa durante a
semana, para debates muito importantes para a Educação brasileira. Mais de
1.600 Delegados do Brasil inteiro definindo rumos, desde a proposta
político-pedagógica para a Educação Básica até seu financiamento, e o Sistema Nacional Articulado de Educação.
Em
cinco minutos, é muito difícil fazer a síntese. Eu diria que lá se afirmou a
escola pública e todo o recurso público a ser investido na escola pública para
a sua qualificação, e se afirmou uma escola profundamente democrática. Muitas
propostas nesse sentido foram aprovadas. A discussão do Sistema Nacional de
Educação chega a um diagnóstico, que nós sabemos, de um país, de uma federação
em que o sistema acaba sendo um sistema bastante fragmentado. Nós estamos muito
longe de constituir um sistema único como o sistema de Saúde, mas estamos
caminhando nesse sentido. O nosso sistema educacional é caracterizado pela
fragmentação, pela autonomia conquistada e tem, digamos, uma conquista
importante que possui os seus méritos, que é a autonomia dos sistemas de
ensino, tanto sistemas municipais quanto sistemas estaduais, principalmente
caracterizados pelo sombreamento: as funções do Estado se sombreiam com as
funções do Município.
Eu
falava, há pouco, do problema da matrícula no Ensino Fundamental, em que o
Estado e o Município têm responsabilidade conjunta, e, às vezes, um passa para
o outro, ficando alunos e pais sem saberem a quem recorrer. Então, há um
problema de sombreamento, de fragmentação, de autonomia e de nós não termos um
órgão, um espaço nacional que, de fato, estabeleça um regime de colaboração
neste enorme País.
Esse
desafio ficou colocado como um tema a ser aprofundado e regulamentado na
legislação brasileira e será pauta da nova Conferência, esta sim, Conferência
de Educação, que deverá se realizar em 2010, precedida por conferências
municipais e estaduais, em 2009, e pela Conferência Nacional do Ensino
Superior.
Eu
quero, neste minuto que me resta, dizer que eu fui delegada, Ver. Dib, para
essa Conferência principalmente por causa das Escolas Especiais de Porto
Alegre. A CECE fez um grande debate sobre a manutenção das Escolas Especiais, o
Brasil inteiro discute a inclusão no ensino regular, nas classes comuns, e, de
fato, o MEC, a Secretaria Especial está muito determinada a fazer com que essa
seja a única forma de atender alunos com deficiência.
Pela
nossa experiência em Porto Alegre, nós achamos imprescindível a Escola
Especial. Quero trazer um dado para os senhores e para os telespectadores, que
é prova de que nós traçamos um caminho certo. A Rede Municipal de Ensino fez
toda a sua reestruturação, mudou a escola pública regular, criou as Salas de
Integração e Recursos, que apóiam a integração, e hoje, senhores, 1.672 alunos,
em Porto Alegre, estão incluídos nas nossas escolas. Das 92 escolas municipais,
77 têm aluno com deficiência incluído. Das 250 escolas estaduais, somente 60
delas têm alunos incluídos, e somente 261 alunos estão incluídos nas escolas
estaduais regulares. Então, de 1.600, de uma rede muito menor para Rede
Estadual, que é uma rede maior, só 260 alunos estão incluídos. Isso significa
que a mudança pedagógica que nós fizemos em Porto Alegre viabiliza a diferença,
está sendo efetiva na inclusão de alunos com necessidades especiais.
Mas,
apesar dessa experiência - encerro dizendo isso -, nós estamos convencidos de
que as quatro Escolas Especiais, no seu modelo por ciclos, estão corretas e são
imprescindíveis para que essa rede funcione, essa rede de inclusão, que faz com
que só a Rede Municipal de Porto Alegre tenha mais de 2.000 alunos incluídos,
enquanto o total de incluídos de Porto Alegre são 2.400, ou seja, o Estado está
com uma parte ínfima de inclusão. Infelizmente, essa não é a avaliação do resto
do Brasil, e nós ainda teremos que lutar muito para manter as nossas Escolas
Especiais. Mas acho que temos muito a ensinar, e temos muito que repensar a
escola pública estadual. Obrigada.
(Não revisada pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Havendo
quórum, passamos à
(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem
aparte)
REQ. Nº 029/08 – (Proc. nº 2658/08 – Ver. Professor Garcia) – requer seja o período de Comunicações do dia 08 de maio de 2008, destinado a assinalar o transcurso do 65º aniversário da Associação Atlética Banco do Brasil A.S. – AABB Porto Alegre. (Incluído em 28-04-08.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em
votação o Requerimento nº 029/08, de autoria do Ver. Professor Garcia. (Pausa.)
Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Em
votação o Requerimento, de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo, que solicita
dispensa do envio das Emendas nº 01 e 02 ao Substitutivo nº 01 do PLL nº 037/06
à apreciação das Comissões. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 0948/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 037/06, de autoria do
Ver. Bernardino Vendruscolo, que disciplina o uso de caçambas estacionárias
e/ou contêineres nas vias públicas, dá outras providências, e revoga as Leis nº
7.969, de 21 de janeiro de 1997, nº 8.401, de 2 de dezembro de 1999 e nº 9.080,
de 9 de janeiro de 2003. Com Substitutivo nº 01. Com Emendas nos
01 e 02 ao Substitutivo nº 01.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Paulo Odone: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto e pela existência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação da Emenda nº 01; Relator Ver. Nilo Santos: pela inexistência de
óbice de natureza jurídica para a tramitação do Substitutivo;
- da CEFOR. Relator
Ver. Adeli Sell: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01; Relator Ver. João
Antonio Dib: pela aprovação do Substitutivo;
- da CUTHAB.
Relator Ver. Guilherme Barbosa: pela aprovação do Projeto e do Substitutivo.
Observações:
- prejudicada
a votação da Emenda nº 01 ao Projeto, nos termos do art. 56, do Regimento da
CMPA;
- incluído na
Ordem do Dia em 18-10-07.
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Bernardino Vendruscolo
está com a palavra para discutir o PLL nº 037/06 e o Substitutivo nº 01.
(O Ver. Claudio Sebenelo assume a presidência dos
trabalhos.)
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores,
venho a esta tribuna para fazer a devida justificativa da necessidade desse
Projeto e, evidentemente, a sua defesa. Gostaria de mostrar aos nobres
Vereadores que, ao longo do tempo, depois de discussões com a própria EPTC,
chegamos ao consenso de que esse seria o modelo ideal de caçambas para Porto
Alegre.
Pedi, evidentemente, a dispensa das Emendas, para
que pudéssemos votar hoje o Projeto juntamente com as Emendas solicitadas pela
própria EPTC. São Emendas que definem as cores, basicamente; são Emendas que
estipulam prazos, corrigem, segundo os técnicos da EPTC, aquilo em que nós, no
entendimento deles, estávamos equivocados, e nós respeitamos, porque nem sempre
se consegue votar um projeto atendendo àquilo que nós imaginamos, Ver. João
Antonio Dib, mas, se ficarmos na teimosia, vamos permanecer aceitando as
caçambas que estão aí na Cidade, estacionadas por toda a Capital. São
equipamentos que nós respeitamos e defendemos o fato de serem extremamente
necessários para quem faz obras, mas não há palavras para dizer e defender
aquilo que estamos defendendo desde o início, ou seja, que precisamos mudar,
nós precisamos trazer um regramento, e é isso que estamos fazendo quando
disciplinamos o uso desse serviço.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Bernardino, a aceitação, por
parte de V. Exª, das sugestões
dos técnicos da EPTC apenas mostra o seu bom senso. Eu acho que é urgente, é
necessário, inadiável que se tenha uma solução para o problema, para que nós
possamos dar mais segurança, porque há algumas dessas caçambas que não têm
sinalização nenhuma.
O
SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Para
se ter uma idéia, Ver. João Antonio Dib, há caçambas que ainda têm, nas suas
laterais, a numeração da Secretaria Municipal dos Transportes, e veja V. Exª
que, quando elas trazem isso, é uma prova inequívoca de que essas caçambas não
sofrem uma pintura há mais de dez anos. É comum nós encontrarmos, na Cidade,
caçambas com a sigla SMT, Secretaria Municipal dos Transportes. Esses
equipamentos precisam de pintura para ficarem bem sinalizados.
Os
acidentes que ocorreram aqui, em Porto Alegre, nós não precisamos citar. Todos
sabem o quanto essas caçambas são inconvenientes: ficam estacionadas nas
esquinas, nas curvas, em calçadas extremamente estreitas, não dando condições
às pessoas de caminharem livremente pelas calçadas. E nós queremos, com isso,
Sr. Presidente, Ver. Claudio Sebenelo, trazer, então, esse novo regramento, com
penalidades, porque a atual legislação não tem penalidades. Não adianta nós
mantermos leis sem penalidades, porque o órgão fiscalizador fiscaliza, mas ele precisa
de uma legislação que traga penalidades, para que nós possamos, então, corrigir
aqueles equívocos. E, mais uma vez, nós queremos dizer: respeitamos, porque há
algumas empresas, nesse segmento, que têm preocupações, mas a grande maioria
não tem nenhuma preocupação. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Obrigado,
Ver. Bernardino Vendruscolo.
O
Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir o PLL n° 037/06 e o
Substitutivo nº 01.
O
SR. ADELI SELL: Meu caro
Sr. Presidente, Ver. Claudio Sebenelo; Vereadoras e Vereadores, eu já disse
para a minha Líder, Verª Margarete Moraes, que, há tempo, tenho acompanhado a
discussão que o meu colega Vendruscolo levantou sobre as caçambas que recolhem
os entulhos da Cidade.
Esse
é um Projeto muito importante, não apenas importante sob o ponto de vista
ambiental, porque nós temos muitos problemas ambientais. Na semana passada,
houve um caso bem claro de um caçambeiro derrubar uma dessas caçambas lá no
Humaitá. Não vi o ato em si, mas, ainda assim, anotei a placa do carro. Isso
acontece com carros, com carroças; isso é efetivamente escandaloso. O que mais
me preocupa é que eu encontro esses equipamentos pela Cidade, sem telefone
fixo, apenas com telefone celular; então, já começo desconfiando.
O
Vereador, há pouco, mostrou, inclusive, as cores, e não é fortuito que o
Vereador propõe esse modelo, porque os atuais modelos são um grande perigo para
o motorista, para o transeunte, etc. e tal.
O
Sr. Bernardino Vendruscolo: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Acabei me esquecendo de
mostrar: essa área aqui (Mostra figura.) será destinada a tudo aquilo que a
empresa necessita e quer divulgar, o seu nome, o nome da sua empresa, o seu
telefone, mas também o telefone da EPTC. Então, toda essa área azul não vai...
as únicas cores que têm que ser observadas são essas cores zebradas; nas demais
áreas, as cores são liberadas. Essa área que está em azul serão as áreas, os
locais destinados à publicidade da empresa e ao registro da autorização junto à
EPTC.
O
SR. ADELI SELL: Mas eu
não me recordo. Eu queria dar uma olhada no Projeto, porque acho que têm que
constar, no mínimo, o nome da empresa e um telefone, porque esse negócio de
botar qualquer telefone... pode ser uma empresa de fora de Porto Alegre.
Eu
quero discutir outro tema vinculado a essa questão. Com esses cadastros, com
essa exigência, talvez o Secretário Tatsch faça o que eu já pedi para fazer:
verificar a arrecadação tributária. Eu quero denunciar, aqui, esse setor pela
não-arrecadação, faz-se qualquer coisa. Eles emitem alguma nota fiscal? Quem
das senhoras e dos senhores recebeu alguma nota fiscal de uma dessas empresas?
Muitas vezes, eles dão recibos, ou seja, há uma profunda sonegação. E tem que
botar o “dedo na ferida”, porque nós estamos aqui para defender o consumidor e
para defender as boas empresas, as empresas que não fizeram pressão contra o
Projeto. O Bernardino é um pouco arisco em algumas coisas; ele não disse aqui,
mas eu estou sabendo que houve pressão de vários Vereadores para não aprovar
esse Projeto, a começar pelo autor. E eu quero dizer que ninguém vai
pressionar, ninguém vai intimidar, porque esse é um setor que sonega, mas a
culpa é da Prefeitura por não fiscalizar. Por isso que nós temos problemas no
caixa da Prefeitura.
Eu
quero, Ver. Bernardino, ao ser aprovado esse Projeto, depois de 30 dias, fazer
um levantamento. Farei um levantamento como o senhor fez, fotográfico, para
saber se essa EPTC existe ou não existe, se está fiscalizando ou não está
fiscalizando, porque eu vejo caçamba atravessada no meio da rua; eu vejo
caçamba atravessada em calçadas, onde não dá para cruzar. Esse é um bom debate,
e esta Câmara, felizmente, como vimos há pouco, vai ter uma emissora, um grupo,
e vai ter aqui uma pessoa, um jornalista para acompanhar a Câmara. Que bom se
todos fizessem assim, porque esta Cidade precisa de divulgação, esta Casa
precisa colocar o “dedo na ferida” daquelas coisas que estão erradas.
Portanto,
nós queremos acompanhar o Ver. Vendruscolo nessa sua caminhada, que foi longa,
difícil para aprovar esse Projeto de Lei. Agora, não basta aprovar, como diz o
Ver. Dib: é preciso fiscalizar as leis para ver se elas são efetivamente
cumpridas. É isso aí. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo):
O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para discutir o PLL n° 037/06 e o
Substitutivo nº 01.
O
SR. GUILHERME BARBOSA: Ver.
Sebenelo, que preside a Sessão; colegas Vereadores e Vereadoras; demais pessoas
que nos acompanham, eu já estive conversando com o Ver. Bernardino e comuniquei
a ele que um assunto que abordei e trabalhei, no meu primeiro mandato, a partir
de 1993, foi este: as caçambas estacionárias, que se constituem num equipamento
muito importante para a limpeza da Cidade, para a facilidade na operação de
obras, e assim por diante. Portanto, é um equipamento que hoje é uma realidade,
e vamos ter esse equipamento para sempre, deveremos ter, é a minha opinião. Mas
são equipamentos que, pelo seu porte, e quando não são colocados devidamente
nas nossas vias, podem se constituir num gravíssimo risco à circulação e à vida
das pessoas. A Cidade acompanhou, há muito tempo, um acidente muito grave, em
que faleceu um jovem de família conhecida da nossa Cidade, e, inclusive, a
partir daí, a partir da dor da perda do seu filho, essa família passou a
trabalhar numa campanha de conscientização no que se refere a acidentes de
trânsito na nossa Cidade. Portanto, naquela ocasião, acho que em 1993, havia um
Projeto original do Ver. Jocelim Azambuja, e este Vereador apresentou um
Substitutivo àquele Projeto do Ver. Jocelim Azambuja. Um dos detalhes do meu
Substitutivo era aumentar a faixa, a área, o tamanho das faixas reflexivas das
faces das caçambas, Ver. Bernardino. E o meu Substitutivo foi derrotado; teve
um colega Vereador, à época, que chegou para mim e disse: Ver. Guilherme, o seu
Projeto é melhor, mas, como eu já assumi o compromisso com o Ver. Azambuja, eu
vou votar contra. Eu fiquei muito triste com essa posição, mas a verdade, como
disse o Ver. Adeli Sell, é que o líder dos caçambeiros, como se chama, esteve
na Câmara pressionando para que não se aprovasse o meu Substitutivo porque
aumentavam as faixas reflexivas, como se isso aumentasse significativamente o
custo para os empresários das caçambas estacionárias. Era uma piada o
argumento, mas o meu Projeto foi reprovado. Então, eu quero saudar V. Exª,
porque, se ficar aprovado o Projeto, as faces das caçambas estarão muito mais
sinalizadas do que estão hoje; portanto, a possibilidade de risco de acidentes
vai diminuir. Então, parabéns a Vossa Excelência.
O SR. GUILHERME BARBOSA: É inócua. Mas
houve uma pressão naquela ocasião; nesta ocasião, agora, hoje, pelo menos este
Vereador não sentiu pressão; mas, naquela ocasião, o líder dos caçambeiros
estava presente no momento, conversando e pressionando todo o mundo. Mas, de
qualquer maneira, então, votaremos a favor; mas será preciso que V. Exª,
depois, também pressione a EPTC, porque, como vemos, na Cidade, achar
“azuizinhos” hoje é uma dificuldade, assim como achar “pés em cobra” ou “chifre
em cabeça de cavalo”, e a culpa não é dos “azuizinhos”, mas das suas chefias,
que não os colocam nas ruas.
Então, vamos precisar, depois, de muita
fiscalização, porque, com o uso da caçamba, a sujeira - é natural que escorra,
às vezes, pela lateral das caçambas - vai apagando a pintura; é preciso uma
fiscalização para que essa pintura esteja sempre adequadamente feita, renovada;
que as caçambas sejam colocadas em local adequado. Porque, pela lei - não sei
se o Substitutivo, nesse item, modifica -, a caçamba precisava, em primeiro
lugar, estar dentro dos terrenos; em segundo lugar, se não houvesse possibilidade,
estar na calçada, desde que houvesse largura suficiente para a passagem dos
pedestres; em último lugar, iria para a via pública, desde que o local onde
ficasse a caçamba tivesse também a possibilidade de estacionamento de veículos,
porque, senão, seria um grande absurdo. Eu gostaria de ouvir V. Exª, depois,
sobre o fato de esses itens estarem mantidos pela seqüência de preferência de
colocação das caçambas. Muito obrigado.
(Não revisado
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Muito obrigado,
Ver. Guilherme Barbosa.
Em
votação as Atas das 21ª, 22ª, 23ª Sessões Ordinárias e das 5ª e 6ª Sessões
Extraordinárias. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que as aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADAS.
O
Ver. Beto Moesch está com a palavra para discutir o PLL nº 037/06 e o
Substitutivo nº 01.
O
SR. BETO MOESCH: Sr.
Presidente, Ver. Claudio Sebenelo; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, em
especial o Ver. Bernardino, que é o autor da matéria objeto desta discussão,
esses dias, eu fui chamado pelo Vereador-Presidente, Sebastião Melo, porque
estava reunido justamente com os caçambeiros, aqui na presidência, quando eu
coloquei o seguinte: nós temos a obrigação de legislar sobre o Plano de Gerenciamento dos Resíduos da
Construção Civil. E, aí, eu quero, então, colaborar, Ver. Bernardino. A
discussão é favorável, e o Projeto de Lei e seu Substitutivo antecipam a
necessidade de nós legislarmos, Ver. Haroldo de Souza, sobre o Plano de
Gerenciamento. Então, já há, aqui, uma antecipação positiva no que diz respeito
à segurança de trânsito, que faz parte do Plano de Gerenciamento. Nós temos a
Resolução do Conama, a Resolução nº 369, que disciplina o Programas de
Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, mas que nunca foi enfrentado
aqui em Porto Alegre. Nós não temos uma normativa que dialogue, Ver. Garcia.
Este é um tema que nós temos que, agora - e, aí, eu concordo com o Ver.
Guilherme Barbosa -, cobrar do Executivo. Por quê? Primeiro, nós temos o Código
Municipal de Limpeza Urbana, de 1990, que, de certa forma, encara essa questão
do gerenciamento de resíduos da construção civil.
O
Ver. Guilherme Barbosa trouxe aqui um histórico importante; antes das caçambas,
era muito pior. Então, num primeiro momento, houve um avanço ao se
disponibilizar caçambas, mas ficou naquilo sei lá por quantos anos, Ver.
Guilherme - 15 anos. Não houve nenhum avanço de lá para cá. E o que está,
então, acontecendo hoje, Ver. Bernardino? Além da insegurança que V. Exª encara
e disciplina aqui neste Substitutivo - e volto a insistir, vamos votar
favoravelmente -, há a mistura dos resíduos, porque, ali, só poderia, por Lei -
Código Municipal de Limpeza Urbana, Resolução do Conama -, haver só resíduo
inerte. O que é resíduo inerte? É, Ver. Oliboni, a sobra da construção; nada
mais.
Ver.
Sebenelo, V. Exª enfrentou esse tema ao presidir a Comissão Especial dos
Aterros Sanitários. Foi muito discutido, já naquela época, está aqui nos Anais
da Casa aquela Comissão que V. Exª presidiu, especificamente sobre o Aterro da
Extrema, onde se falava nesse problema também, da mistura. No momento em que se
mistura o lixo doméstico, o que acontece, Ver. Dib? Essa mistura de resíduos
não pode ir para o aterro de inertes; não é aqui o aterro sanitário, é o aterro
apenas de inertes, porque misturou, e, se misturou, deixa de ser inerte, e ele
terá de ir para onde? Para o aterro sanitário, a 80 quilômetros de distância,
Ver. Marcelo Danéris, daqui de Porto Alegre. Vejam o custo para a Cidade! Ou
pior, que é o que mais acontece, Ver. Guilherme Barbosa - e aqui é um assunto
sobre o qual nós temos de ser isentos, em favor da Cidade: se coloca na
primeira praça, na primeira esquina, para não ir para o aterro sanitário a 80
quilômetros.
Então,
nós temos aqui um passivo de muitos anos, e, se por um lado, a EPTC não fiscaliza
- e realmente não fiscaliza, Ver. Guilherme Barbosa; há uma omissão, sim, da
EPTC com relação a esse tema -, também o Executivo, até hoje, não apresentou o
Plano de Gerenciamento dos Resíduos da Construção Civil, que está pronto e
minutado há dois anos e meio. Portanto, cabe a esta Casa fazê-lo, como Poder
independente.
Então,
Ver. Bernardino Vendruscolo, vamos aprovar esse Projeto que antecipa algo que é
maior, mas, imediatamente após a aprovação, nós precisamos, Ver. Haroldo de
Souza, apresentar o Plano de Gerenciamento dos Resíduos da Construção Civil. Na
omissão do Executivo, cabe a este Legislativo fazer a sua parte. Obrigado e
parabéns pela matéria!
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Obrigado,
Ver. Beto Moesch.
A
Verª Margarete Moraes está com a palavra, para discutir o PLL nº 037/06 e o
Substitutivo nº 01.
A
SRA. MARGARETE MORAES: Sr.
Presidente, Ver. Claudio Sebenelo; Ver. Bernardino Vendruscolo, autor desta
proposta, a nossa Cidade nunca vai esquecer aquele caso lamentável da morte de
um jovem, que estarreceu todos nós. Ele era colega da minha filha no Colégio
Anchieta, e o ocorrido deu origem - se dá para dizer que originou algo positivo
- a uma fundação de proteção e prevenção de acidentes destinada aos jovens. E o
que é que aconteceu? Havia um contêiner que não estava sinalizado, e o carro
passou direto.
Eu
também quero lembrar que, nos primeiros anos da gestão do Prefeito Fogaça, Ver.
Carlos Todeschini, houve as manifestações do primeiro Diretor-Presidente do
DMLU, o Sr. Garipô, que dizia que o nosso trabalho era antiquado, superado, e
que eles iriam modernizar essa questão dos contêineres e das caçambas. E,
depois de três anos e meio, nós não temos nada. A única coisa boa que temos é o
Projeto do Ver. Bernardino Vendruscolo, que vem em boa hora para corrigir esse
problema em Porto Alegre.
É
preciso disciplinar as caçambas estacionárias, os contêineres, organizar e
regularizar a Cidade. É preciso que os “azuizinhos” voltem para a rua, porque,
antes, havia “azuizinhos” demais; agora, de menos. Às vezes, a Cidade fica ao
deus-dará, sem nenhuma organização, parece que Porto Alegre não tem mais os
“azuizinhos”. Nós queremos saber aonde é que eles andam, porque é preciso
prevenir acidentes e fazer com que o trânsito flua - não é apenas com esse
trabalho, mas também com ele -, que os equipamentos esses não tranquem as ruas mais ainda,
que não haja mais acidentes, e acho que acaba com a lei do mais forte. Além
disso, há a situação que o Ver. Adeli e o Ver. Guilherme colocaram com muita
propriedade, de uma máfia que ficava ameaçando inclusive os Vereadores que
querem regulamentar esta situação.
Queremos cumprimentar o Ver. Bernardino
Vendruscolo, porque esse trabalho regulariza, faz com que o Poder Público
assuma a sua função, confere transparência, oferece um modelo contemporâneo, de
fácil identificação; e, na identificação, também têm que vir os dados dos
responsáveis privados e dos responsáveis públicos, pintados com uma tinta que
ilumine à noite. Nós achamos que é um Projeto que vem para melhorar o trânsito
da Cidade, que vem para organizar o trânsito da Cidade, dar segurança e
oferecer qualidade de vida às pessoas. Muito obrigada, Ver. Sebenelo. Não vou
utilizar todo o meu tempo.
(Não revisado
pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Nós é que
agradecemos, Vereadora.
O Ver. Professor Garcia está com a palavra para
discutir o PLL nº 037/06 e o
Substitutivo nº 01.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, queremos
parabenizar o Ver. Bernardino por essa iniciativa. Esse é um assunto latente,
que sempre esteve presente na Câmara de Vereadores nos últimos anos.
Em 1996, fui vítima
de uma caçamba mal-estacionada na Av. João Pessoa. Essas caçambas têm uma
saliência natural - que foi o que rasgou a lataria do meu automóvel, de lado a
lado -, e grande parte dessas caçambas não têm luminosidade, não têm as luzes
fosforescentes, são seriamente prejudiciais, mas também temos alguns problemas
de ordem cultural e educacional relativos a isso. É muito comum a própria
população largar lixo orgânico na caçamba quando ela está estacionada, o que
prejudica, sem falar ainda das inúmeras reclamações - que tenho a certeza de
que muitos Vereadores já receberam -, no sentido de que, muitas vezes, se não
há outro lugar, eles largam esses dejetos em qualquer esquina da nossa Cidade. Então,
quando um projeto vem para disciplinar essa situação, eu acho que é positivo.
Portanto,
Vereador, quero-lhe parabenizar e dizer-lhe que somos favoráveis ao Projeto,
para que, realmente, possamos ter uma sinalização mais segura em cima dessa
situação posta, que é uma realidade da Cidade, a questão das caçambas. Como foi
dito, essa questão evoluiu, sim, porque não havia nada, mas, na medida em que
tem, a nossa obrigação é tentar disciplinar o uso correto. Muito obrigado.
(Não revisado
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): O Ver. Carlos
Todeschini está com a palavra para discutir o PLL nº 037/06 e o Substitutivo nº 01.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente,
Ver. Claudio Sebenelo; Srs. Vereadores, Sras Vereadores,
pessoas que nos assistem pela TV Câmara em suas casas, em seus trabalhos,
chegamos a um momento, Ver. Bernardino, importante para a votação do seu
Projeto. É um Projeto desejável. Eu soube que houve uma Comissão que,
inclusive, foi a Caxias do Sul visitar o trabalho de conteinerização dos
resíduos da Cidade, e, realmente, nós só temos que aplaudir - conforme a
manifestação do Ver. Guilherme Barbosa - a oportunidade e a conclusão dos trabalhos,
porque eles vêm ao encontro da melhoria da Cidade.
Aqui resta a preocupação, porque o Legislativo está
fazendo a sua parte, regrar a prestação de um serviço que tem um caráter
universal, que deve atender a toda a Cidade e, portanto, matéria de competência
desta Casa. Agora, o que tem nos preocupado muito é a pouca atuação do Poder
Executivo e, em especial, a falta de atitude da EPTC, porque ela tem sido, em
regra, muito omissa, já falou aqui a Verª Margarete. E é bom lembrar muito
claramente que o ex-Diretor, o Sr. Garipô Selistre, do DMLU, dizia que era
preciso alterar uma gestão que ele considerava ultrapassada, antiquada, que
tinha que ser modernizada. Ele, na verdade, acabou sendo afastado da gestão do
Órgão, porque ele não só não fez isso, como não fez nada e fez coisas
condenáveis, pelas quais, aliás, até hoje, está respondendo.
Então, nós temos uma evolução, apesar da omissão do
Poder Executivo, apesar da indiferença e do descaso do DMLU. Temos que
cumprimentar a iniciativa e a evolução que proporciona o Ver. Bernardino.
Também é importante fazer esse destaque, porque a
EPTC terá que ter atitude, terá que fiscalizar, Ver. Adeli Sell, porque, sobre
as caçambas, se não houver uma fiscalização e uma observância rigorosa da Lei,
principalmente aquelas que serão dispostas em via pública, isso poderá trazer
riscos, sim, aos condutores de veículos, às pessoas que circulam pelas áreas
onde as caçambas estiverem estacionadas.
É bom que se diga que o Executivo tem tido
velocidade para algumas coisas. Agora, sobre o Prêmio Açorianos de Cultura, por
exemplo, o CC que coordena a ação de Governo selecionou, para a final, ele
mesmo. Para algumas coisas, o Governo é muito rápido; porém, para outras
questões de sua obrigação, é um omisso total, não cumpre a Lei, não fiscaliza,
omite-se, não cumpre o Orçamento.
Então, essas questões são importantes, sim, porque
a Câmara, em regra, tem feito o seu trabalho e, na maior parte das vezes, muito
bem feito. Agora, o Executivo tem deixado a desejar demais e tem feito coisas
que não são da tradição da boa prática republicana observada aqui ao longo de
muitos anos em Porto Alegre, uma prática republicana de democracia, de
participação, de controle social e de respeito à igualdade de todos. Não é o
que está acontecendo agora, Verª Sofia, no caso do Prêmio Açorianos a ser
entregue, em que os beneficiários são os próprios organizadores do concurso,
que são os CCs da Prefeitura, coisas assim, que só temos a lamentar.
Queremos aplaudir, mais uma vez, a iniciativa do
nosso colega e de toda a Câmara, que vai aprovar a proposição do Ver.
Bernardino Vendruscolo, apesar do desastre que o DMLU foi e tem sido com os
seus mais diversos diretores, ao longo deste Governo. Foram três, e um pior do
que o outro. Obrigado.
(Não revisado
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Obrigado, Ver.
Carlos Todeschini.
O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
discutir o PLL nº 037/06 e o
Substitutivo nº 01.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Ver. Claudio Sebenelo; Sras Vereadoras,
Srs. Vereadores, “uma atividade republicana”, dizia meu jovem amigo Carlos
Atílio Todeschini. Uma atividade republicana seria discutir o que está no
Projeto em discussão, e não atacar o Governo por outras coisas que aconteceram
ou deixaram de acontecer; seria discutir uma matéria da mais alta importância,
sem dúvida nenhuma, esta que o Ver. Bernardino Vendruscolo coloca à discussão e
votação neste Plenário, uma matéria que vem sendo discutida há anos, que ele
procurou, juntamente ao Executivo e as empresas que são realmente organizadas,
uma solução que pudesse ser republicana, uma solução republicana, Ver.
Bernardino Vendruscolo, como diria o nobre Ver. Carlos Atílio Todeschini. Esta,
sim, é uma solução republicana: discutir o Projeto.
E devo dizer a V. Exª que o Projeto é bom e que vai
trazer bons resultados, porque, realmente, essas faixas pintadas farão com que,
à distância, os contêineres sejam observados pelo reflexo da luz que será
refletida com os faróis acesos dos carros. Portanto, meus cumprimentos a V.
Exª, e tenho a convicção de que o Projeto será aprovado por unanimidade. Saúde
e PAZ!
(Não revisado
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Obrigado, Ver.
João Antonio Dib.
O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para
discutir o PLL nº 037/06 e o
Substitutivo nº 01.
O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr.
Presidente, Ver. Claudio Sebenelo; colegas Vereadores, colegas Vereadoras,
senhores e senhoras, o Projeto do Ver. Bernardino Vendruscolo é bom para a
Cidade e vem qualificar o serviço público da cidade de Porto Alegre, mas, com toda a certeza, é um Projeto
que não responde à política habitacional dos resíduos sólidos da cidade de
Porto Alegre.
Já
foi dito aqui pelo Exmo Ver. Beto Moesch, que foi Secretário do Meio
Ambiente, algo que não sabíamos, ou seja, que há um projeto de manejo de
resíduos sólidos pronto, dentro do Governo, há dois anos, para ser enviado a
esta Casa e que, até agora, não veio. Portanto, se essa é a realidade, Ver.
Professor Garcia, Líder do Governo, nós precisamos fazer com que esses Projetos
venham a esta Casa para que possamos realizar o debate.
Ver.
Bernardino, cumprimento V. Exª, novamente, pelo seu Projeto e por propiciar que
esse tema venha ao debate.
Verª
Neuza Canabarro, V. Exª, que está coordenando o Fórum das Entidades, nós
estamos em plena Revisão do Plano Diretor, e aqui está o Plano Diretor (Mostra
Plano Diretor.), que diz que um dos projetos dos Planos Diretores
Complementares é o Plano Diretor dos Resíduos Sólidos, e resíduos sólidos fazem
parte da política ambiental da cidade de Porto Alegre. Portanto, é ótimo que o
ex-Secretário do Meio Ambiente esteja aqui agora, para podermos debater e saber
por que as diretrizes ambientais de manejo de resíduos sólidos da cidade de
Porto Alegre não foram implementadas até agora. Por que os outros Planos
Diretores, como o Plano Diretor da Proteção Ambiental, também não vieram a esta
Casa? Por que não vieram os estudos de complementação deste Plano Diretor,
identificando todas as Áreas de Proteção ao Ambiente Natural? Pelo contrário,
Ver. Bernardino Vendruscolo, essas áreas que são identificadas, no conceito,
como Áreas de Proteção ao Ambiente
Natural, estão sendo agredidas pelo despejo de entulhos, que é feito nas
margens dos arroios, nas estradas. E dou endereço de onde estão sendo feitas, e
não há fiscalização, nem do DMLU, nem da SMAM, nem da SMOV. No meio da Estrada
Três Meninas, há um depósito permanente - o senhor, que é do jornal lá da
comunidade, vá lá visitar, por favor; Eloísa, de Belém Velho, lá na sua região,
na Estrada do Rincão, há depósitos de entulhos que são feitos, justamente, por
aqueles que não utilizam esse equipamento que o senhor está propondo. Portanto,
esse debate nós precisamos fazer com qualidade.
O
Sr. Beto Moesch: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Apenas uma informação, Ver.
Comassetto, acho que este é um debate importante da Câmara, porque estamos
discutindo a Cidade. Já entreguei ao Ver. Sebenelo, que também não deixa de ser
para a Presidência e para o Sebastião Melo, a cópia, a minuta de uma tentativa de decreto, e sugeri, então, um Projeto de
Lei da Câmara, instituindo o Plano de Gerenciamento de Resíduos. Então, se
houve, até agora, uma não-entrega de um Projeto de Lei, nós poderíamos fazê-lo.
Então, já estou disponibilizando também, aos demais Vereadores, a cópia, a
Minuta; entreguei agora ao Ver. Guilherme Barbosa também, para que nós possamos
apresentar e dar a solução para esse problema.
O
SR. CARLOS COMASSETTO: Muito
obrigado, Ver. Beto Moesch. O senhor colabora com a tese que eu defendo aqui,
de que a política ambiental do Município de Porto Alegre, principalmente na sua
gestão, foi insuficiente para apresentar uma política de desenvolvimento à
cidade de Porto Alegre. E que bom que podemos fazer este debate aqui, para mostrar
as contradições que a Cidade apresenta e para onde precisamos avançar.
Portanto,
Sr. Presidente, eu concluo dizendo que votaremos favoravelmente ao Projeto do
Ver. Bernardino Vendruscolo e que este Projeto é muito bom, mas é insuficiente
para que nós possamos ter o manejo total dos resíduos sólidos da cidade de
Porto Alegre como se deve ter. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Obrigado,
Ver. Comassetto.
A
Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PLL nº 037/06 e o
Substitutivo nº 01.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Sr.
Presidente; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, quero fazer um
registro, Ver. Bernardino, da sua insistência, apesar da visível ausência da
base do Governo no plenário, em trazer temas que colaboram e pressionam a
Administração do Prefeito Fogaça. Eu quero repetir o que os meus colegas
Vereadores já repetiram: nós temos uma ausência de fiscalização, e é evidente
que essa ausência de fiscalização resulta nos enormes prejuízos que os cidadãos
têm vivenciado nas ruas de Porto Alegre, com a presença das caçambas nos
lugares mais inusitados e imprevisíveis possível.
Na
descida da Rua Maranguape, uma rua perto da minha casa, quase entrei numa
dessas caçambas, porque, à noite, era impossível identificá-la de dentro do meu
carro - e eu estava sóbria, Ver. Garcia! E as situações retratadas pelo senhor
e a sua preocupação em avançar na lei, eu considero como muito meritórias; e
quero dizer que a principal função dela é chamar a atenção, de fato, para a
inoperância do Governo.
Eu
chamaria atenção para a questão da fiscalização das vias de forma geral. As
calçadas estão muito destruídas, os proprietários não são acionados, não há um
projeto e um processo de educação para se ter um cuidado com o que é de todos,
partilhado por todos.
Mas
esse tema da caçamba nos remete ao tema da conteinerização. Eu quero voltar ao
debate que nós fizemos há três anos e meio, quando o então Secretário de
Limpeza Urbana, Garipô Selistre, e o próprio Secretário Clóvis Magalhães, que
falava pelo Governo, diziam do quanto estava atrasado o sistema de limpeza
urbana na cidade de Porto Alegre, que faltavam idéias inovadoras, que havia
funcionários inoperantes, em desvio de função, e que a grande novidade, a principal
novidade seria um projeto de conteinerização do lixo na cidade de Porto Alegre.
Acho que a Cidade tem que cobrar, porque a primeira grande licitação era, de
fato, muito prejudicial ao recurso público, aos cofres públicos, na qual acho
que estava prevista essa conteinerização, e depois, quando o Governo recua,
demite seu Secretário, nós voltamos à estaca zero, com grandes prejuízos, Ver.
Bernardino, ao patrimônio público desta Cidade. Nós temos uma série de máquinas
varredoras automáticas, que estão guardadas, e malguardadas, subutilizadas ou
não-utilizadas, se deteriorando, com o tempo, nos espaços do DMLU. Os
funcionários foram afastados, nós não temos um gerenciamento próprio, uma ação
de educação ambiental séria, Ver. Beto Moesch, e eu cobrei isso naqueles três
anos e meio, quando levei o Secretário Ver. Beto Moesch ao Recanto do Sabiá.
Mas não é só lá; em toda periferia desta Cidade, não houve política de
preservação do meio ambiente, de limpeza urbana e de educação ambiental.
Então,
Ver. Bernardino, quando o senhor fala que nós temos que estabelecer multas, que
nós temos que ser sérios, eu pergunto onde está o Governo Municipal, com seus
projetos pirotécnicos, fazendo grandes críticas à Administração passada. O que
a gente vê é um esforço individual de alguns Vereadores, inclusive da base do
Governo, em chamar a atenção para a ausência de Governo, para a má qualidade da
gestão. O Ver. Guilherme atuou muito bem nessa questão da DIP. Olha só outra licitação que só
gastaria mais recursos públicos e retiraria a gestão do Estado sobre a
iluminação urbana! Olha o camelódromo, de novo, interditado; primeiro, sem
licença de instalação; agora, com problemas com os funcionários, com as
questões legais e no imbróglio com a questão do estacionamento, pois o Ministério
Público disse que não pode fazer obra com o recursos do estacionamento. Então,
o Município terá que licitar novamente, e a Prefeitura quer fazer um
monstrengo.
Então,
há uma série de irregularidades que a atuação desta Casa, e, com destaque,
alguns Vereadores, sim, de situação, estão ajudando a alertar a população e a
evitar mais erros como esses que estamos assistindo do Prefeito Fogaça.
(Não revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): O
Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir o PLL nº 037/06 e o
Substitutivo nº 01, por cedência de tempo do Ver. Aldacir Oliboni.
O
SR. ADELI SELL: Ver.
Sebenelo; colegas Vereadores e Vereadoras, o Ver. Bernardino sabe da
solidariedade que eu sempre dei a esse Projeto em todos os momentos. Inclusive
publicamente, em programas de rádio, TV, eu defendi esse Projeto. E eu sou
daqueles Vereadores que gostam de nominar os autores, porque eu sou daqueles
que defendem o direito autoral. Agora, eu fico impressionado como pessoas
compromissadas com o atual Governo - que estiveram no Governo, que estão no
Governo, são de sua base - fazem discursos, fazem pronunciamentos, como se não
tivessem nenhuma responsabilidade com o atual Governo. Eu me lembro, quando eu
era situação, e os outros, oposição, que nós podíamos fazer de tudo. Eu, por
exemplo, que sempre fui um militante em defesa do bem-estar animal, era
considerado atrasado, conciliador, do PT que não fazia, do PT que não tirava
carroça, do PT que não reciclava, do PT que não cuidava dos dejetos sólidos, do
problema das caçambas. Nós éramos tudo, tudo de ruim. Tudo o que não prestava
era culpa da minha administração, e sempre eu, como um dos Líderes do Partido,
sempre daqueles que não escondem que são do PT, que são militantes, fundadores
como a Verª Margarete Moraes, minha Líder, paguei caro esse preço. Mas eu sou
uma pessoa que tem palavra, que tem o mesmo comportamento na situação e na
oposição. Eu não deixei nunca de cobrar do meu Governo, seja interna ou
externamente, nas reuniões a portas fechadas ou publicamente, questões que eu
achava que eram gerais, que não eram questiúnculas internas, pois eram questões
de Governo e, portanto, deveriam ser respondidas.
Nós
sempre tivemos a grandeza da autocrítica, porque ela enobrece, porque ela faz
avançar, porque ela inova, porque ela faz crer para as pessoas que é possível
crer num político que tenha retidão, que não faça bazófia, que não faça
pirotecnia da sua ação política. O problema das carroças, dos entulhos jogados,
sejam das caçambas, dos carroceiros ou do que for, é uma responsabilidade da
Prefeitura como um todo, é uma questão ambiental antes de mais nada. Então, não
me venham com o papo-furado de colocar as culpas em um setor da Prefeitura como
se a Prefeitura não fosse um todo. A Prefeitura é um todo! Eu, quando fui
Governo, a Verª Margarete Moraes, o Ver. Carlos Todeschini, por exemplo,
estavam no Governo com a Verª Sofia Cavedon, éramos membros do Governo, as
nossas atitudes eram cobradas coletivamente. Quando eu fiz alguns
enfrentamentos sobre a questão da pirataria, era a Verª Sofia Cavedon que
respondia, era o Ver. Carlos Todeschini que respondia, era a Verª Margarete
Moraes que respondia, não era só o Ver. Adeli Sell, que era Secretário de uma
Pasta.
Então,
nós temos que ter as responsabilidades, por isso que nós falamos em “Governo”,
por isso que nós falamos em “Governo Fogaça”, porque, se fosse o Governo da
Administração Popular, nós falaríamos Administração Popular: PT, PSB, PCdoB. Ou
seja, nós nominamos! Nós nominamos! E não tem essa história de não se poder
nominar. Nós nominamos, porque esta tribuna é inviolável. Enquanto eu puder
falar, democracia eu defenderei, como defenderei, sempre, posições que se
colocam contra todas as formas de ditadura e de censura. Também vou combater,
em todas as trincheiras possíveis e imagináveis, uma questão que considero
fundamental, chega de demagogia, não podemos aceitar que aqui se façam
discursos, porque tem televisão, porque a TV Câmara está transmitindo; aqui tem
que ser dito aquilo que é verdade, aquilo que é real, que é concreto; portanto,
as responsabilidades pelo atraso desta Cidade, pelo abandono, pelo lixo, pelas
caçambas estarem nas calçadas é da Prefeitura como um todo, é da EPTC, é do
DMLU, é da SMAM, seja quem for o gestor público, porque o gestor público,
quando anda na rua e vê uma caçamba atravessada, tem que ligar para o seu
Secretário, colega de Governo, e dizer: “Meu colega de Governo...” O número 118
é para isso, é para ligar, é para conversar. Afinal de contas, este Governo tem
solidariedade entre seus Secretários ou não tem? Este Governo tem solidariedade
na sua base de Governo ou não tem? Porque nós, da oposição, temos palavra; nós,
da oposição, quando dissemos que um Projeto é bom, e esse Projeto é de um
Vereador combativo do PMDB, da base do Governo, mas, se é bom para a Cidade,
nós votaremos favoravelmente. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Muito obrigado, Ver. Adeli Sell.
O
SR. BETO MOESCH: Ver.
Claudio Sebenelo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, em primeiro
lugar, coloquei aqui, dialogando com o Ver. Guilherme Barbosa, que estamos
diante de um passivo que qualquer cidade metropolitana do mundo tem. Nenhuma
cidade do mundo resolveu o passivo, qual seja, resíduos da construção civil.
Nenhuma! Toda metrópole com mais de um milhão de habitantes, por si só, é uma
cidade, Ver. Sebenelo, insustentável. Então, temos um passivo que várias
gestões têm tentado enfrentar, volto a insistir aqui.
Volto
a insistir aqui que, em 1990, tivemos o primeiro passo, que foi o Código
Municipal de Limpeza Urbana, o primeiro código do País; depois, as próprias
caçambas. E vejam que - quero chamar a atenção de todos para este
encaminhamento, Vereador Bernardino Vendrusculo - o objeto das caçambas são os
resíduos inertes. Então, não há como fugir desse tema, porque é o objeto. Por
que existe caçamba? Porque há os resíduos inertes; senão, não existiriam. Temos
de trabalhar a causa.
Veja,
Ver. Profº Garcia: Resolução do Conama nº 307, de 5 de julho de 2002, e nós
estamos em 2008; portanto, a gestão anterior e a atual não regulamentaram a
matéria obrigatória em nível de Conselho Nacional do Meio Ambiente. Nós
tentamos fazer isso, ainda na Comissão de Saúde e Meio Ambiente, em 2003;
várias audiências públicas estão registradas nos Anais desta Casa, e não
conseguimos. Então, Ver. Dr. Goulart, que ainda hoje apresentou um excelente
relatório sobre a sua idéia com relação às Áreas Especiais de Interesse
Cultural, a Resolução do Conama exige, desde julho de 2002, que cada Município
faça o seu regulamento. O Município de Porto Alegre, desde 2002, não
regulamentou a matéria. Portanto, temos de ser coerentes. A gestão anterior e a
atual não regulamentaram o Plano de Direcionamento dos Resíduos da Construção
Civil. Maio de 2002! Está aqui a Resolução do Conama.
O
Poder Legislativo tem de fazer a sua parte, ele tem, então, de regulamentar,
está na Constituição Federal. Agora, sobre a fiscalização de resíduos, Ver.
Carlos Comassetto, o Código Municipal de Limpeza Urbana é atribuição do DMLU.
Agora, será que é só do DMLU? O Art. 225 da Constituição Federal diz (Lê.):
“Compete ao Poder Público e à coletividade...” E nós sempre colocamos aqui - e,
principalmente, sobre essa questão de resíduos - que é uma atribuição de co-responsabilidade
da coletividade e do Poder Público. Isso sempre foi dito aqui desta tribuna;
sempre foi colocado isso.
O
que nós conseguimos fazer num primeiro momento? Os projetos de gerenciamento,
ou seja, Ver. Sebenelo, o programa é para os pequenos, para reformas. O
programa tem que ser feito para os pequenos, para os caçambeiros, mas a
atividade, grande geradora, tem que ser licenciada. Para licenciar um
empreendimento - aí não vem o plano, vem o programa -, o empreendedor tem que
apresentar para o órgão licenciador o que ele vai fazer com o resíduo gerado da
construção civil. Isso não compete ao Poder Público; compete a ele apenas
exigir isso na licença ambiental. E isso a SMAM está fazendo. Não existe uma
atividade licenciada em Porto Alegre, uma que, obrigatoriamente, não tenha que
apresentar um plano de gerenciamento dos resíduos gerados. Aliás, é a única
Cidade que está fazendo isso no Brasil! Acabei de receber o telefonema do
Secretário do Meio Ambiente de Goiânia, Clarismino
Luiz Jr., Presidente da Anamma - Associação Nacional de Órgãos
Municipais de Meio Ambiente -, e vamos à Conferência Nacional do Meio Ambiente
por causa disso. Como é que Porto Alegre está conseguindo, nas atividades
licenciadas, colocar em prática a Resolução do Conama nº 307, de 2002? Mas é
para as licenciadas, Presidente; é o que o órgão ambiental consegue fazer -
para as licenciadas. Para os pequenos, temos que regulamentar o Plano de
Gerenciamento dos Resíduos da Construção Civil, está na Resolução do Conama, de
julho de 2002. Estamos adentrando em maio de 2008. Nós, Poder Legislativo, é
que vamos ter que fazê-lo. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. CARLOS COMASSETTO: Sr.
Presidente, Ver. Claudio Sebenelo; colegas Vereadores e Vereadoras; senhores e
senhoras, venho aqui, em nome do meu Partido - Partido dos Trabalhadores -, da
nossa Líder, Verª Margarete Moraes, e dos colegas Vereadores e Vereadoras,
declarar o voto favorável ao Projeto do colega Ver. Bernardino Vendruscolo.
Quanto ao mérito do Projeto aqui apresentado, não temos nenhuma dúvida, é um
bom Projeto bom para a Cidade. Ele trouxe aqui o debate do conceito da política
ambiental, do entendimento da política ambiental e da sua aplicação no
Município de Porto Alegre. Antecedeu-me, aqui na tribuna, o nobre colega Ver.
Beto Moesch, que, do dia 1° de janeiro de 2005 até o dia 1° de abril de 2008,
foi o nosso Secretário Municipal do Meio Ambiente. Ele traz aqui a Resolução do
Conama, de 5 de julho de 2002, que disciplina toda essa política em nível
nacional que os Municípios têm que aplicar, ou devem aplicar. Aqui, no nosso
caso, nós nos antecipamos e, no Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e
Ambiental, já definíamos que tem que haver um Plano Diretor de Resíduos
Sólidos, a ser desenvolvido. Quem é que desenvolve o Plano Diretor? O Executivo
Municipal é o responsável pela elaboração disso, e, se a Resolução é do Conama,
que é o Conselho Nacional do Meio Ambiente, quem é o órgão responsável, no
Município de Porto Alegre, por fazer com que essa política se aplique na
transversalidade? A Secretaria Municipal do Meio Ambiente. A Secretaria
Municipal do Meio Ambiente é a condutora das políticas ambientais da cidade de
Porto Alegre. Se o executor é o DMLU, tem que haver um órgão, no Município, que
coordene as políticas ambientais. O que nós estamos discutindo aqui é a questão
do conceito e do entendimento. Portanto, ex-Secretário Beto Moesch, colega
Vereador, para mim, a responsabilidade da condução da política ambiental - no
momento em que o Prefeito Municipal vai para a disputa e diz “a Administração
de Porto Alegre...” - Verª Neuza - “...trabalha na transversalidade: todas as
Secretarias dialogam entre si e adotam uma política única,” - é da Secretaria
do Meio Ambiente. Os outros órgãos têm que executar; se não executam, essa
política do Meio Ambiente é falha. Nesse caso, o senhor contribuiu comigo aqui,
Ver. Beto Moesch, dizendo que a aplicação da política dos resíduos sólidos foi
falha e está sendo falha. Portanto, cabe a esta Casa, inclusive com a sua
autocrítica já feita aqui na tribuna, corrigir essa política. Se o Executivo
não o faz, este Legislativo tem que fazê-lo! E nós temos, sim, qualidade
técnica e política para fazê-lo.
O
Ver. Bernardino Vendruscolo já deu o primeiro pontapé, no momento em que
apresenta a discussão sobre as caçambas espalhadas pela Cidade, sem controle,
sem fiscalização.
Ver.
João Carlos Nedel, V. Exª teria que estar nos ajudando a cobrar essa política,
e não dizer que está tudo bem! Não dizer que está tudo bem, porque não está
tudo bem, Ver. João Antonio Dib!
A
fiscalização, se já não funcionava, agora está pior ainda, porque há lixo e
entulho atirados em tudo o que é canto da Cidade. E quero dizer o seguinte: na
Av. Diário de Notícias, havia um depósito de caliça muito bom, e dali se
distribuía a caliça. Eu pergunto onde é hoje o depósito de caliças da cidade de
Porto Alegre? Não há. Não há, e as caçambas espalham-nas pelas ruas!
Ver.
João Nedel, lá na igreja em que V. Exª milita, lá no morro, passe lá para ver o
monte de lixo que existe em frente à igreja. Ver. João Carlos Nedel, é isso que
temos que mostrar!
Concluo
dizendo que a política ambiental para os resíduos sólidos é insuficiente para
que a Cidade avance, e o Projeto do Ver. Bernardino traz essa discussão, o que
é bom, e o Partido dos Trabalhadores irá votar favoravelmente.
E
V. Exª, Ver. Professor Garcia, como Líder do Governo, teria que fazer chegar a
esta Casa o Plano Diretor de Resíduos Sólidos. Muito obrigado, senhores e
senhoras.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo):
Muito obrigado, Ver. Carlos Comassetto.
Em votação a
Emenda nº 01 ao Substitutivo nº 01 do PLL nº 037/06. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Em votação a
Emenda nº 02 ao Substitutivo nº 01 do PLL nº 037/06 (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
Apregoamos o Requerimento, de autoria da Verª Margarete Moraes,
solicitando a retirada de tramitação do PR nº 143/05. (Pausa.)
Em votação o Requerimento de autoria da Verª Margarete Moraes, que
solicita a retirada de tramitação do PR nº 143/05. (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
Nº 7104/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 213/07, de autoria do
Ver. Newton Braga Rosa, que institui o Dia da Guarda Municipal, a ser
comemorado anualmente, no dia 3 de novembro, que passa a integrar o Calendário
Oficial de Eventos do Município de Porto Alegre.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Nereu D’Avila: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto;
- da CECE.
Relatora Verª Sofia Cavedon: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na
Ordem do Dia em 23-04-08.
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Em discussão o PLL nº 213/07. (Pausa.) A Verª Sofia Cavedon está com a
palavra para discutir o PLL nº 213/07.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente dos
trabalhos, Ver. Cláudio Sebenelo; Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras, eu quero fazer aqui um registro: quando eu relatei esse Projeto - o
Ver. Newton não se encontra, mas acho que nós deveremos aprová-lo -, fiz,
inclusive, uma reflexão, discuti com algumas pessoas da Guarda se nós teríamos
outra forma de valorizar e dar conta das demandas da Guarda Municipal, que não
fosse apenas marcar um dia, porque a situação que eles vivem é, de fato, muito
dura. E quero aqui dar o testemunho de que nós estamos, eu diria, desde o ano
passado, tentando amenizar o problema da ausência de Guarda Municipal nas
escolas municipais.
O
Prefeito Fogaça, Ver. Dib, anunciou o Programa Vizinhança Segura, ampliou os
espaços, para a Guarda Municipal dar conta. Na campanha, anunciou que assumiria
essa questão da Segurança, com um protagonismo da Cidade. E, na verdade, há
três anos e meio, não vem - o Ver. Dib vai concordar comigo -, sequer, a
criação de um cargo novo de Guarda Municipal. O Governo Fogaça, que ampliou os
espaços para a Guarda dar conta, ampliou parques - o Parque da Redenção, o
Parque Germânia -, para dar uma sensação de segurança, reduziu, na verdade, o
número de Guardas Municipais em exercício, em Porto Alegre, e, todo ano, tenta
reduzir o número de horas extras. Ora, essa equação não dá certo nem aqui, nem
na China, Ver. Dib! Aumentar aos espaços, as demandas da Guarda, reduzir
recursos humanos e reduzir horas extras! Resultado: nós temos escolas
municipais, na preferia da Cidade...
O
Sr. João Antonio Dib: V.
Exª permite um aparte?
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Só
quero concluir o pensamento. Já lhe concedo o aparte, temos quatro minutos e
meio. Temos escolas municipais, na periferia da Cidade, ficando sem nenhum
guarda; escolas que tinham dois, porque estão em um lugar muito perigoso, ou
porque têm área muito grande, ficaram com um. Muitas escolas que tinham guarda
fixo, Ver. Dib - e é necessário que o guarda seja fixo, porque ele constrói
relação com a comunidade, ele conhece o aluno que é da escola, o menino que
está fora, que tem outras intenções para chegar à escola -, hoje têm guarda
horista, que faz hora extra. Então, a Guarda Municipal, Ver. Dib, há um ano e
meio, não tem mais guarda concursado, expirou a validade do concurso; portanto,
a Prefeitura não tem nem como nomear. E mais: o ingresso para a Guarda
Municipal na Prefeitura, estamos cansados de saber, tinha que ter como
requisito básico o Ensino Médio.
Então,
como homenagem à Guarda, quero fazer um registro: pede-se mais da Guarda,
faz-se propaganda política da Vizinhança Segura, reduz-se contingente, reduz-se
hora extra, reduz-se salário e possibilidade de sobrevivência. Essa é a marca
da política para a Guarda Municipal.
O
Sr. João Antonio Dib: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Nobre Verª Sofia Cavedon, eu
diria a V. Exª, com todo o carinho que eu lhe devoto, e V. Exª sabe que é
muito, que essa não é uma atitude republicana. Nós estamos discutindo o Dia da
Guarda Municipal, não a eficiência ou a deficiência da Guarda Municipal;
deficiência que, de resto, não vem de hoje, não é de três anos e meio; há 20
anos, há deficiência na Guarda Municipal, e eu não posso dizer diferente.
Portanto, eu gostaria que o assunto a ser discutido fosse a comemoração ou não
do Dia da Guarda Municipal, no dia 3 de novembro.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Ver.
João Dib, eu não esperava que o seu aparte fosse esse, eu gostaria que seu
aparte, como municipário que V. Exª é, trouxesse, talvez, alguns elementos que
pudessem defender o Governo Fogaça. Sobre a homenagem que aqui nós vamos fazer,
eu digo que não é feita na vida do Guarda Municipal.
Eu
volto a referir, Ver. Dib, eu não estou fora do tema, não é um problema antigo,
nós nunca ficamos sem concurso realizado, porque isso é irresponsabilidade!
Aliás, não é só da Guarda Municipal; o concurso de Monitor - monitor é aquele
funcionário que atende as crianças na Escola Infantil - é um concurso que
também, há dois anos, não é realizado. Foi agora realizado com muito problema.
O concurso de Administrador, Ver. Dib, teve onze questões anuladas, porque
foram questões copiadas de um concurso de uma empresa suspeita de ser a mesma
empresa que está envolvida nas fraudes de concursos no interior do Rio Grande
do Sul.
Mas
eu volto à Guarda: sequer concurso foi feito para Guarda. Sequer! Nós estamos
sem concursados para nomear. Eles faziam 120 horas extras no período da
Administração Popular, a Prefeitura quis baixar para 80 horas extras nesse
início de ano e enviou às escolas um calendário, gente, Verª Neuza, informando,
por exemplo, para a Escola Ledovino, que, nos dias tais, tais e tais do mês de
março, não haverá Guarda. Na periferia da nossa Cidade, com problemas de
violência seriíssimo, uma escola que dá conta de 1.500 a 2.000 alunos, sem
Guarda Municipal! Essa é a política desastrosa para a Guarda Municipal, e eu
aprovo aqui a homenagem do dia 03, mas aprovo de maneira que seja um momento de
reflexão, Ver. João Dib, de chamar a atenção para as políticas irresponsáveis.
Vizinhança Segura para quem, se os nossos professores não têm segurança? A
Escola Grande Oriente, no bairro Ruben Berta, está pedindo reunião das três
Comissões - CEDECONDH, CECE e CUTHAB -, porque os professores estão sendo
ameaçados. E nós com uma política de Guarda desse jeito! Não é possível, Ver.
João Dib! Homenageemos a Guarda com dignidade!
(Não revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo):
O Ver. Beto Moesch está com a palavra para discutir o PLL n° 213/07.
O
SR. BETO MOESCH: Sr.
Presidente; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, embora o tema em pauta seja a
homenagem à Guarda Municipal, no momento em que se usa a tribuna para fazer
críticas, e que são importantes, cabe aqui trazer informações sobre o que eu
entendo, Verª Maria Luiza. Ontem - e sempre faço isso -, aproveitei o domingo e
andei de bicicleta: fui à Redenção, ao Marinha, ao Parcão, ao Germânia, e
estavam cheios de Guarda Municipal. A Cidade estava repleta de pessoas, Ver.
João Antonio Dib.
O
Sr. João Antonio Dib: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Beto Moesch, eu admiro V.
Exª também, mas esta não é a oportunidade para responder à atitude
não-republicana da Verª Sofia Cavedon. Nós estamos discutindo ou não o Dia da
Guarda Municipal? Se for contra, é contra, não vale dizer que é porque eu sou
servidor municipal; se deixei de ser servidor ou não, eu vou ser servidor
municipal a vida inteira, e estou do lado dos servidores municipais, mas,
agora, discute-se se nós vamos ter, no dia 03 de novembro, o Dia da Guarda Municipal.
O
SR. BETO MOESCH: Teremos,
sim, Ver. Dib, vamos votar favoravelmente. Mas foi instituído, neste Governo, o
Programa Vizinhança Segura. Vizinhança Segura, sim, que atende Postos de Saúde,
Ver. Dr. Raul, que atende as Escolas, que atende parques e praças.
Infelizmente, as pessoas ainda, ou algumas pessoas, não dão importância para as
praças e parques. Ontem, mais de 150 mil pessoas circularam na Redenção, e não
havia nenhum evento. O maior evento da Redenção é o próprio parque. Havia mais
de 150 mil pessoas, apenas no Parque da Redenção, Ver. João Antonio Dib. É
muito mais do que o Ibirapuera. E estava lá a Brigada Militar, estava lá a
Guarda Municipal, estavam lá os servidores da SMAM recolhendo os resíduos
deixados por alguns freqüentadores, mesmo repleto de lixeiras. No Marinha do
Brasil, a mesma coisa; também no Germânia, que, aliás, é um parque público
tanto quanto o da Redenção. Talvez, esta Casa, Verª Sofia, tenha de resgatar
isto, é importante: o Parque Germânia é um parque público, não é particular,
como alguns tentam dizer. Não, ele é tão público quanto o da Redenção. Esta
Casa tem que, também, resgatar isso.
Ver.
Dib, V. Exª tem razão. Por termos visto ontem, in loco, mais uma vez, a
Guarda Municipal, ela merece um dia, ela merece ser reconhecida.
Portanto,
o Ver. Newton Braga Rosa terá o nosso apoio, porque, ontem, os parques estavam
seguros, muito mais por estarem repletos de pessoas do que pela Guarda. São os
olhos da Cidade, são os olhos dos cidadãos; quando há freqüência de pessoas, há
segurança. É melhor se tiver Guarda Municipal. Mas, ontem, todos estavam
seguros nas praças e parques repletas de pessoas, porque estavam bem
freqüentadas. Isso nos dá segurança. É por isso que esta Cidade, realmente, nos
encanta. Que domingo ontem! Que domingo! Centenas de milhares de pessoas
lotando as nossas praças e os nossos parques: grama cortada, sem resíduos,
equipamentos seguros. Não houve um registro de assalto nos parques e praças
abertos, sem grades, sem cerca. É o patrimônio da Cidade, nós nos orgulhamos
disso, Sebenelo. E as pessoas vêem esta Cidade e se impressionam. Isso não é
fruto de uma gestão, isso é fruto da história desta Cidade. Isso não é em
virtude de um Governo ou de um Partido, é a história da Cidade, que, já no
Século XVIII, passou a ser planejada com praças e parques. Século XVIII! E que
começou a se consolidar, principalmente a partir dos anos 40, Ver. Dib, quando
todo loteamento passou a ter que oferecer uma área verde! E, a partir dos anos
70, Verª Sofia Cavedon - é bom que ouça -, em virtude desta Casa, Ver. Dib, e
não de um ou outro Governo, as praças e parques que, nos anos 40, já eram
obrigatórias, passaram a ser executadas pelo empreendedor. Raras cidades do
mundo têm este privilégio de o loteador ter que destinar praças e parques e
ainda executadas pelo empreendedor. Essa é a história da Cidade, isso não é por
causa de um ou outro governo. E é por isso que as praças e parques, ontem, mais
uma vez - e também não é só no nosso Governo que ocorreu isso -, estavam em
dia, em condições e repletas de pessoas e, portanto, seguras. Não há lugar no
Estado com tanta freqüência de pessoas; podemos juntar o Beira-Rio e o
Olímpico, lotados, juntos, e a freqüência não se compara com a das nossas
praças e parques, livres, sem cercas, sem precisar pagar, sem carteirinhas.
Esse é o patrimônio da cidade de Porto Alegre. Porto Alegre é demais.
A Srª Sofia
Cavedon: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Beto, eu tenho
pleno acordo contigo, nós votamos contra o cercamento do Parque Germânia,
inclusive, e sabemos que foi uma pressão do empreendedor. Então, eu gostaria
que o teu Governo tivesse a mesma posição que tu tens expressado da tribuna. O
teu Governo votou pelo fechamento do Parque Germânia.
O SR. BETO MOESCH: Essa foi uma
decisão dos dois Conselhos: o Conselho do Desenvolvimento Urbano Ambiental e o
Conselho Municipal do Meio Ambiente. Aliás, no Comam, foi aprovado por
unanimidade.
Mas encerro, então, Ver. Sebenelo, porque isso é
discutir a Cidade. Vamos, sim, votar pela homenagem, pelo Dia da Guarda
Municipal, porque um dos motivos dos nossos parques e praças estarem repletos
de pessoas, ontem, era porque vimos, in loco, a Guarda em todos os
parques, circulando, agregando a segurança, a alegria, a saúde de todos os porto-alegrenses.
Porto Alegre é demais! Obrigado.
(Não revisado
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Obrigado, Ver.
Beto Moesch.
O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir o PLL nº 213/07.
O
SR. ADELI SELL: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, vamos devagar; o povo nos paga
para trabalharmos. (Palmas.) V. Exas podem achar que é demagogia,
mas essa é a realidade que os números não desmentem, Vereadores, pelo menos
para aqueles que querem fazer de Porto Alegre uma Porto Alegre melhor colocada
na cena mundial e, em especial, para nós, Ver. Nedel, que compomos a frente do
turismo. Porque é um absurdo uma Porto Alegre sem segurança, uma Porto Alegre
na qual os parques são detonados por roubos, na qual se rouba, de um cemitério
- como o São João - absolutamente tudo, porque tiraram a Guarda Municipal,
porque a Secretaria, que é responsável por isso - no caso, a SMAM - nada fez
para resolver o problema. Está lá a tragédia que foi, a roubalheira. Roubaram
inclusive obras de arte daquele Cemitério. Nós - o Ver. Nedel sabe -, que
defendemos o turismo, que defendemos o turismo religioso, a arte cemiterial,
temos que homenagear a Guarda, porque isso talvez seja um incentivo para que a
Guarda se organize mais e melhor, inclusive para reivindicar os seus direitos
junto ao Poder Público Municipal, porque o problema, como disse a Verª Sofia,
não é apenas nas escolas que ela citou aqui, é muito mais amplo do que isso;
hoje, você não tem guarda na escola, nós temos um vazio de guardas, porque
muitos foram se aposentando, e deveriam ter sido chamados outros para compor um
número mínimo de guardas para manter o patrimônio público desta Cidade.
Quando
o Ver. Newton Braga Rosa propõe um dia de homenagem, é muito importante,
porque, talvez, nesse dia, a gente possa fazer um debate neste grande plenário,
aqui, sobre o problema da insegurança, que não é uma atividade direta do Poder
Público Municipal, mas a insegurança se dá em nível Municipal, e um governo que
não articula a sua Guarda com a Brigada Militar é um desgoverno; um governo que
não articula a sua Guarda Municipal com as outras Secretarias, como a SMIC e os
fiscais que cuidam das áreas ambientais, das áreas de risco, etc., é um
desgoverno. Isso é a incapacidade administrativa de fazer a máquina pública
andar. Por isso eu sou daqueles que defendem uma Prefeitura 24 horas, seja
agora, seja amanhã, seja depois de amanhã, Ver. Dr. Goulart.
A
Verª Maria Luiza tem tratado do tema da insegurança nesta Casa. Eu queria pedir
a V. Exª uma reflexão sobre este tema. Se nós tivéssemos uma Prefeitura 24
horas, se nós tivéssemos os rádios da Guarda Municipal na mesma faixa dos
outros fiscais da Prefeitura, na mesma faixa dos da Brigada Militar, um poderia
auxiliar do outro. Mas nós estamos vendo que, mesmo na EPTC, hoje, há uma
divisão que pode ser feita em termos de trabalho, mas deveria haver uma
intercomunicação entre o “azulzinho” que faz a guarda de trânsito e o outro
fiscal, que é o fiscal tradicional do transporte coletivo. Aí, nós não teríamos
essa sobreposição de atividades que não se comunicam mutuamente. E, dessa
maneira, o que é que nós estamos vendo? É o desperdício do dinheiro público. É
bom que a gente homenageie a Guarda Municipal; sou o primeiro a homenageá-la,
porque, inclusive, quando estive na Secretaria Municipal da Produção, Indústria
e Comércio, foi rompido, depois de três meses, o convênio com a Brigada Militar
- não por culpa minha -, porque a Brigada não quis fazer o trabalho junto com a
SMIC. Quem fez o trabalho, naquele momento, foi a nossa Guarda Municipal.
Nesse
sentido, eu estou aqui para fazer esse debate e recolocá-lo no seu devido
lugar, Ver. Carlos Todeschini, porque eu me canso de determinados debates
demagógicos e enviesados que acontecem nesta Casa. E, se preciso for ficar aqui
mais duas horas para debater os projetos, nós ficaremos. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Obrigado,
Ver. Adeli Sell.
O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir o PLL nº 213/07.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr.
Presidente, Ver. Claudio Sebenelo; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, este
plenário sedia o Parlamento Municipal. Não confundir com “para lamento”!
Eu
acho que tenho dito, reiteradas vezes, que nós não precisamos de mais leis. E
não fui eu o primeiro a dizer isso: em 1830, o Presidente da Província de São
Pedro do Rio Grande do Sul, Caetano Maria Gomes Lopes, já dizia: “Chega de
leis, as que existem são suficientes, basta que sejam cumpridas”. Portanto,
temos que fiscalizar as leis, mas, quando nós fazemos o que estamos fazendo
agora, ou seja, discutindo se vamos fazer uma homenagem à Guarda Municipal
fazendo do dia 03 de novembro o Dia da Guarda Municipal ou não, entramos em
agressão ao Governo Municipal, em reclamação às Secretarias, aos acontecimentos
da Cidade. Ou não temos competência para o Parlamento, ou é um “para lamento”
mesmo, ou não é necessária a lei. E eu até acho que não seja necessária mesmo,
mas, de qualquer forma, se querem fazer dia para um, e dia para outro, façam,
mas vamos discutir o assunto, e não aproveitar para falar de outros assuntos só
porque o Canal 16 vai mostrar que o Vereador é atuante. Não, ele é atuante
quando fiscaliza, não quando faz discurso, e eu quero que fiscalize o
Orçamento, por exemplo, a execução orçamentária.
Eu quero saber o que está acontecendo. Hoje é dia 28; amanhã são 29, amanhã sai
a execução orçamentária de
março, e eu quero saber quantos Vereadores sabem o que aconteceu em março.
Então, vamos fazer isso e vamos discutir as coisas na hora que for para
discutir, e não buscar a oportunidade, o oportunismo de fazer discussão que não
está relacionada com a matéria que se discute, com o que está sendo votado.
Espero que isso aconteça. Eu acho que se aprova, sem dúvida nenhuma, o Dia da Guarda Municipal, não tem
problema nenhum; não vai resolver nada, mas não há por que criticar a Guarda
Municipal neste momento. Saúde e PAZ!
(Não revisado
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Obrigado, Ver
Dib. Está encerrada a discussão.
Em votação o PLL nº 213/07. (Pausa.) O Ver Carlos
Comassetto está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 213/07.
O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr.
Presidente, Ver. Claudio Sebenelo; colegas Vereadores e Vereadoras, venho aqui,
em nome do nosso Partido, o Partido dos Trabalhadores, já para declarar o voto
favorável ao Projeto do Ver. Newton Braga Rosa, que é do PP, o mesmo Partido do
Ver. João Antonio Dib, mas venho aqui também, em nome do meu Partido, para
discordar do Ver. João Antonio Dib, que entende que não podemos discutir o tema
da política relacionada à Segurança Urbana Municipal e o papel da Guarda
Municipal.
O nosso Partido está aqui votando pelo Dia da Guarda Municipal, mas nós
queremos distinguir qual o tipo de Guarda Municipal que nós temos que ter e qual
é a política que nós temos que ter para os Guardas Municipais.
Ver. João Bosco Vaz, o senhor foi Secretário a até
poucos dias e montou um conjunto de projetos de escolinhas na periferia da
Cidade. Nós queremos que a Guarda Municipal esteja lá na periferia da Cidade,
naquelas praças abandonadas, naquelas escolas e nos postos de saúde. O Governo
Federal lançou agora o Pronasi - Programa Nacional da Segurança Integrada -, em
que o Município tem uma responsabilidade, e a Guarda Municipal, através das AIPs
- Áreas Integradas da Segurança Pública - tem que assumir essa função.
E o Ver. Beto Moesch vem aqui colaborar com a
política que nós criticamos, que a política desse Governo é a política do
Parcão. A Guarda Municipal está onde? Está na Redenção, no Parcão, no Parque
Moinhos de Ventos e no Germânia. A Guarda Municipal não está lá no Chapéu do
Sol! A Guarda Municipal não está lá no Parque Knijnik! A Guarda Municipal não
está na periferia da Cidade, onde a população, na última pesquisa do IBOPE, diz
que a Saúde e a Segurança são os dois temas tratados com mais desleixo pelo
atual Governo.
Portanto, Ver. João Antonio Dib, nós temos que
fazer aqui a discussão de qual a Guarda que nós queremos e quais os serviços
públicos que queremos.
Verª Sofia, Verª Neuza Canabarro, Ver. Dr. Raul,
nós realizamos, aqui nesta Casa, no ano passado, dois seminários: um que dizia
respeito à Segurança nos Postos de Saúde e outro que dizia respeito à Segurança
nas Escolas Municipais. E aí, Ver. Beto Moesch, a sua tese cai por terra,
porque não é uma fala da oposição; é o resultado de um diagnóstico que nós
fizemos sobre os postos municipais, Ver. Dr. Goulart. V. Exª já veio a esta
tribuna denunciar, mais de uma vez, que os usuários e os trabalhadores da Saúde
- agentes comunitários, enfermeiros e médicos - são coagidos e assaltados nos
postos de saúde da periferia, porque a Guarda Municipal não está lá como deve
estar. É essa Guarda Municipal que queremos homenagear, uma Guarda Municipal
que responda a uma política municipal para fazer segurança onde? Onde mais
precisa, onde a violência está instalada, que é na periferia da Cidade, nos
postos de saúde, nas praças, nas escolas municipais.
Portanto, é extremamente importante virmos aqui
dizer que esse diagnóstico está aqui nesta Casa como resultado de um trabalho
coletivo desses Vereadores que fizeram e mandaram para a Secretaria de Direitos
Humanos e Segurança Urbana. E o Suplente de Vereador e Secretário - Sr. Krieger
- não atendeu, até hoje, porque ele exerce a política do Executivo, que é uma
política de elitizar as relações, porque põe todos os esforços públicos da
Guarda Municipal onde? Foi confessado, aqui nesta tribuna, pelo Ver. Beto
Moesch que, neste final de semana, o Parcão, a Redenção e o Germânia estavam
repletos de Guardas Municipais. Nós sabemos que estavam. Agora, a Guarda estava
nos postos de saúde e na periferia da Cidade? Não, não estava e não está. Essa
é a questão que temos que discutir. E o nosso Partido dos Trabalhadores vota
favoravelmente ao Projeto do Ver. Newton Braga Rosa, que é do mesmo Partido do
Secretário Krieger, que é do mesmo Partido do ex-Secretário Beto Moesch e do
mesmo Partido do Ver. João Antonio Dib, porque ele propicia, quando a gente vem
aqui fazer esta discussão, dizer que segurança é um direito de todos e um dever
do Estado, neste caso do Município, através do Pronasi, que é um programa
nacional; portanto, o Município não está cumprindo a sua parte de colocar a
Guarda nos equipamentos de primeira necessidade. Obrigado.
(Não revisado
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): O Ver. João
Carlos Nedel está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 213/07.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr.
Presidente; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, o
Ver. Antonio Dib tem toda a razão, estamos aqui discutindo - e agora estamos
encaminhando - o Projeto que cria o Dia da Guarda Municipal, uma homenagem à
nossa Guarda.
O Ver. Carlos Comassetto realmente é um Vereador
espetacular. Veja, eu tenho a minha profissão religiosa e acredito muito no
Espírito Santo, mas o Ver. Comassetto tem a grande qualidade de estar, ao mesmo
tempo, em 578 praças de Porto Alegre, em oito parques, em três unidades de
conservação, não sei em quantas escolas, ao mesmo tempo, para saber que a
Guarda Municipal não está lá! Puxa vida! Meus parabéns! Meus cumprimentos! Eu
gostaria de ter esse poder que V. Exª tem de estar, ao mesmo tempo, em todos
esses lugares, para saber que a Guarda Municipal não está lá.
Então, eu queria ocupar este tempo, efetivamente,
para elogiar o Ver. Newton Braga Rosa pela sua proposição de homenagear a
Guarda Municipal, propondo o dia 03 de novembro para homenagear essas pessoas
que estão lá arriscando a vida em defesa do patrimônio público, em defesa da
segurança das nossas escolas, das nossas praças, dos nossos parques, dos nossos
viadutos. Nós estamos lutando. Não há perfeição. Evidentemente, não há
perfeição, Verª Maria Luiza, mas há o esforço do Disque-Pichação. Quantas
denúncias, quantas prisões já foram feitas! E, é lógico, as pichações
continuam. E aqui eu faço um apelo à população, a esses pichadores: parem de
pichar! Onde estão os pais dos pichadores? Há falta de pais nesta Cidade,
porque os pichadores continuam cometendo um crime contra o patrimônio público.
É uma pena que a nossa Cidade esteja feia. Sim, feia, por causa, exatamente,
desses pichadores que vão lá estragar o patrimônio particular e o patrimônio
público.
Então, eu apelo, também, à população, e divulgo,
aqui, a pedido do Ver. Beto Moesch, o número 153, é o Disque-Denúncia sobre o Disque-Pichação. Se souberem também a
residência desses pichadores, a Guarda vai lá falar com a família, orientar:
“Por favor, não cometam esse crime! É um crime contra o patrimônio, um crime
passível de prisão!” Então, não deixem, senhores pais, que os seus filhos sejam
indiciados nesse crime contra o patrimônio público, um crime também ambiental.
Portanto,
eu quero elogiar o Ver. Newton Braga Rosa pela sua proposição e dizer que é
muito importante que nós tenhamos a nossa Guarda. Peço que a população colabore
com a Cidade, colabore com a nossa Guarda Municipal, que está aqui para
defender a vida e o patrimônio da nossa Cidade. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): O
Ver. Dr. Raul está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 213/07.
O
SR. DR. RAUL: Sr.
Presidente, Ver. Claudio Sebenelo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores e aqueles
que nos assistem, eu gostaria, em primeiro lugar, de dizer da nossa satisfação
de estarmos junto com o Ver. Newton Braga Rosa neste Projeto, na parte de
apoio, porque a nossa Guarda Municipal necessita de uma maior visibilidade, e
isso também será feito por intermédio do seu dia. Mas, mais do que a
visibilidade, ela precisa de contingente, e nós, como cidadãos, precisamos de
uma Guarda ostensiva, que apareça mais forte para a comunidade; que ela
realmente esteja presente nas nossas unidades de saúde como também nas nossas
praças; que ela tenha pontos de visibilidade bastante importantes na Cidade,
assim como temos o SAMU, por exemplo, que tem os seus pontos-chave. Eu acho que
a nossa Guarda Municipal deveria ter os seus pontos-chave na Cidade para ser
reconhecida de forma ostensiva pela comunidade. E fala aqui um Vereador que, em
2003, teve seu carro e seus bens roubados - celular e pasta com documentos
médicos - e que, até hoje, está com seqüelas por ter sido vítima de roubo, à
mão armada, quando saía de um posto de saúde; a minha individualidade como
pessoa foi abalada por aquele ato. E assim muitos e muitos já sofreram e vão
sofrer ainda em função da insegurança, e alguns, inclusive, já perderam a vida,
perderam familiares. Então, nós precisamos trabalhar fortemente na nossa
Segurança, e a Guarda Municipal tem um trabalho e uma qualificação muito
importantes, em função até da nova forma de atuação que esta Casa mesmo aprovou
e que a Guarda passou a ter há um ano.
Então,
precisamos ter clareza sobre o contingente da nossa Guarda Municipal;
precisamos que a comunidade identifique a Guarda Municipal, pois, realmente, há
uma dificuldade muito grande que pode ser suprida, em parte, pela Guarda
Municipal. Essa é a discussão da ação nos locais, nos quarteirões. Por que não
voltarmos a ter algum tipo de ação mais ofensiva da Guarda Municipal? Essa é
uma discussão que perpassava as questões do Município, e temos que trabalhar no
sentido de que o cidadão se sinta seguro em todos os níveis. E, para que haja
isso, nós temos a nossa Brigada Militar, a Polícia Civil, o nosso Exército, em
última análise, e temos, muito próxima a nós, a Guarda Municipal, que, mais do
que simplesmente zelar pelo patrimônio da Cidade - parques, praças, escolas,
unidades de saúde -, também zela pelo nosso cidadão, pelas crianças que estão
nas ruas. Temos que procurar aumentar a intensidade das ações da Guarda
Municipal, qualificá-las, fazendo com que, realmente, os nossos Guardas
Municipais ampliem o serviço que já está sendo feito, atingindo um número muito
maior de ações dentro da comunidade. E precisamos que a Guarda seja valorizada
de uma maneira digna, que fortaleça a qualidade
de vida de todos nós. E isso também está presente nessa iniciativa do Ver.
Newton Braga Rosa, que é, efetivamente, instituir o dia 3 de novembro para
homenagear esses profissionais de tão altos serviços já prestados e que, com
certeza, vão se tornar um segmento cada vez maior na nossa comunidade; é boa a
iniciativa de homenagear e criar essa vinculação de data, para que possa, nesse
dia, haver uma mobilização muito grande em cima da nossa Guarda Municipal,
através do seu reconhecimento público, forte, que vai trazer para todos nós,
realmente, uma qualificação social melhor.
Então,
eu quero deixar um grande abraço aos Guardas Municipais e dizer que estamos
juntos, que estamos acompanhando o serviço deles, que está sendo feito com
grande dignidade, e buscando, sempre, uma ação social mais forte e uma
qualidade de vida melhor para toda a nossa cidade de Porto Alegre. Saúde para
todos!
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo):
Muito obrigado, Ver. Dr. Raul.
Em
votação nominal, solicitada pelo Ver. Carlos Todeschini, o PLL nº 213/07.
(Pausa.)
(Tumulto
no Plenário.)
O
SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo):
(Após a apuração nominal.) Treze votos SIM, 01 ABSTENÇÃO, num
total de 14 votos. Portanto, não há quórum para prosseguirmos na Ordem do Dia.
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL:
Solicito verificação de quórum.
O
SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo): Solicito
a abertura do painel eletrônico para verificação de quórum. (Pausa.) (Após
o fechamento do painel eletrônico.) Dez Vereadores presentes. Não há quórum.
O
SR. ADELI SELL (Requerimento): Eu gostaria
que V. Exª nominasse as pessoas presentes neste horário.
O
SR. PRESIDENTE (Claudio Sebenelo):
Pois não. Vereador Dr. Raul, Ver. Haroldo de Souza, Ver. Valdir Caetano, Ver.
Claudio Sebenelo, Ver. Adeli Sell, Ver. Carlos Comassetto, Ver. Carlos
Todeschini, Verª Margarete Moraes, Ver. Dr. Goulart e Verª Maria Luíza.
Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 17h44min.)
* * * * *